O Senado Federal homenageou na manhã desta terça-feira (18) as vítimas do Holocausto, em evento que também lembrou o Levante do Gueto de Varsóvia e o Yom Hashoá VehaGvurá (Dia do Holocausto e do Heroísmo), quando em vários países presta-se homenagem à memória dos seis milhões de judeus e outras minorias exterminadas pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O evento contou com a presença do embaixador de Israel, Daniel Zonshine, da diretora e representante da Unesco no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto e com a participação por vídeo do presidente da CONIB, Claudio Lottenberg.

Em sua mensagem, Claudio Lottenberg destacou que mais do que nunca é preciso lembrar e honrar a memória dos que perderam suas vidas sob o regime nazista. Citou o antissemitismo moderno, disfarçado de crítica a Israel, e elogiou a iniciativa do Senado, destacando que ações como essa representam uma importante contribuição para um país mais includente e tolerante.

O senador Jaques Wagner (PT-BA), autor do requerimento da sessão especial no Senado, leu a mensagem do coordenador do Museu do Holocausto de Curitiba, Carlos Reiss. Jaques Wagner alertou que as sementes do mal ainda estão vivas, com o crescimento do antissemitismo, os ataques a sinagogas, e o discurso de ódio nas redes sociais e a presença de células neonazistas, inclusive no Brasil. Ele lembrou o recente pronunciamento de um deputado em defesa da criação de um partido nazista, advertindo que essa ideologia é inaceitável.

O embaixador Daniel Zonshine citou Auschwitz e disse que devemos tirar lições do passado e ter zero tolerância com o racismo, o discurso de ódio e o preconceito. O silêncio diante do ódio aos judeus não pode mais ser tolerado. Lembrar o passado é importante para garantir que no futuro essas atrocidades não se repitam nunca mais, pontuou o embaixador.

Marlova Jovchelovitch observou que, para a Unesco, o dia de Lembrança do Holocausto, instituído pela ONU, é uma forma de advertir o mundo de que atrocidades como as que ocorreram sob o regime nazista nunca mais devem se repetir. Falou sobre o trabalho da Unesco em prol da cultura da paz e para que episódios como o Holocausto não sejam banalizadas e nem minimizados. Defendeu ainda o trabalho de educação nas escolas para evitar o negacionismo e a adoção de políticas públicas de conscientização sobre o que aconteceu na Europa sob o regime nazista. É nossa obrigação perpetuar essa memória para que nunca mais se repita, pontuou.

Foi apresentado um vídeo da ONU sobre o Holocausto e depois falaram os senadores Lasier Martins (Podemos-RS), Flavio Arns (Podemos-PR), Leila Barros (Cidadania-DF) e Confúcio Moura (MDB-RO). ILana Trompka, diretora geral do Senado, teve importante participação na realização do evento.

Assista ao evento: https://www.youtube.com/watch?v=mYd5lpGi1Aw