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Foto: Ascom MPF/SC

21.09.23 | Brasil

MPF reúne em Santa Catarina autoridades e especialistas para discutir crimes de ódio no Brasil

Com o tema “Enfrentamento do Neonazismo na Região Sul”, o Ministério Público Federal reuniu em Florianópolis, nos dias 14 e 15, autoridades e especialistas para discutir ações contra os crimes de ódio e o combate a células neonazistas. Assista ao evento.

O procurador Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), Carlos Alberto Vilhena, abriu o seminário afirmando que “enfrentar o neonazismo é travar uma disputa no terreno das ideias”. Defendeu o combate às ações desses grupos, mas destacou que tolher o crescimento da ideologia é o meio mais eficaz de impedir atos de violência simbólica e, principalmente, física contra a sociedade”, de acordo com informações do site do MPF.

Participaram da mesa com Vilhena o procurador regional da República Marcelo Veiga Beckhausen, coordenador no Núcleo de Apoio Operacional à PFDC (Naop-PFDC) na 4ª Região, o procurador-chefe substituto do MPF em Santa Catarina, Eduardo de Oliveira Rodrigues, o juiz federal Henrique Luiz Hartmann, diretor do Foro da Justiça Federal no estado, e a juíza federal Cláudia Maria Dadico, diretora do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Agrários do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.

Vilhena ressaltou a importância do evento e a escolha estratégica do local de realização: “Este seminário vem, portanto, em muito boa hora. E realizá-lo aqui, em Santa Catarina, tem enorme significado. Isso porque o sul do Brasil concentra a maioria dos neonazistas do país”. Ele citou dados da pesquisa da antropóloga Adriana Dias, falecida no início deste ano, que era uma das maiores referências em pesquisas sobre neonazismo no país. De acordo com dados pesquisados por ela, entre janeiro de 2019 e maio de 2021 o número de grupos nazistas no país aumentou em mais de 270 por cento, sendo que quase 30% das 1.117 células neonazistas do Brasil estão em terras catarinenses. “Assim, escolher Florianópolis como sede deste encontro é demonstrar a disposição do MPF em enfrentar o problema num dos locais em que ele se mostra mais agudo”, destacou Vilhena.

O juiz federal Henrique Luiz Hartmann destacou a importância do evento. “Em nome da Justiça Federal de Santa Catarina eu saúdo o Ministério Público Federal pela iniciativa corajosa e necessária de trazer ao debate um tema tão relevante e tão premente. São iniciativas como essa, como esse seminário, que são capazes de trazer luz e de comprometer as instituições nessa luta tão importante e tão necessária”.

A diretora do Programa de Políticas Educacionais do Instituto Auschwitz, Carla Ramirez, destacou que o aumento de células extremistas e neonazistas é um fenômeno global com particularidades locais, devendo ser entendido e enfrentado a partir dos contextos sociais. O instituto é uma organização não governamental internacional que atua desde 2006 na área de prevenção ao genocídio e atrocidades massivas. Para ela, entender o genocídio como um processo e focar no fortalecimento da democracia, do estado de direito e da proteção dos direitos humanos, especialmente de grupos vulnerabilizados, são os objetivos principais do Instituto Auschwitz. Destaca ainda que o enfoque na educação de crianças e jovens a partir do exercício de memória e prevenção é um dos caminhos para combater o extremismo.


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