O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, anunciou a indicação da advogada Jillian Segal como “emissária especial para combater o antissemitismo”, agravado na Austrália em consequência da guerra Israel-Hamas.

O anúncio da criação do cargo é em resposta a uma série de ataques recentes a judeus, entre eles um contra o legislador trabalhista Josh Burns, cujo escritório em Melbourne foi atacado no mês passado por homens mascarados que atearam fogo ao local e escreveram em seus muros "sionismo é fascismo".

“Na Austrália não há lugar para violência ou ódio de qualquer tipo”, afirmou Albanese em comunicado divulgado à imprensa e transmitido pelo site Aurora.

A advogada Jillian Segal, que ocupará o cargo durante três anos, tem como missão apurar denúncias e conversar com representantes da comunidade judaica e da sociedade australiana em geral, bem como com especialistas em discriminação religiosa, para adotar medidas que ajudem a combater o antissemitismo, de acordo com o comunicado.

As denúncias de antissemitismo tiveram aumento de 700% logo depois do ataque terrorista a Israel e a consequente guerra em Gaza. Os relatos incluem boicotes e vandalização de empresas de propriedade judaica, bem como a exclusão de artistas judeus de eventos e restrições à visibilidade deles nas redes sociais.

"Infelizmente, não existe uma resposta única para o problema do antissemitismo, mas a criação desta função mostra a determinação do governo em enfrentar este mal e garantir que ele não corroa a nossa sociedade", disse Segal.

Outro emissário especial vai ser nomeado em breve para combater a islamofobia na Austrália, segundo anunciou Albanese, em declarações no Museu Judaico de Sydney.