Jornalista cita livro de historiador para abordar as origens do nacionalismo judaico - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.

14.11.24 | Brasil

Jornalista cita livro de historiador para abordar as origens do nacionalismo judaico

Artigo de Hélio Schwartsman, publicado na Folha de S.Paulo no domingo (10), cita o livro “Os Judeus”, de Jaime Pinsky, para abordar as origens do sionismo. Segue a íntegra do artigo:

A maioria dos judeus de esquerda sempre defendeu a criação de um Estado palestino para existir ao lado de Israel. Mas, depois do 7/10, esses judeus, entre atônitos e intimidados, viram um amplo contingente da esquerda gritando slogans que, se tomados literalmente, implicariam a destruição do Estado de Israel.

Judeus e palestinos têm conhecimento quase enciclopédico das barbáries cometidas pelo adversário, mas se mantêm mais ou menos cegos para os crimes de seu próprio lado. O resto do mundo, com exceções, é claro, se posiciona ignorando o básico sobre a história dos dois povos e da região.

Se você acha que informações importam e podem alterar os termos do debate, uma boa pedida é "Os Judeus", de Jaime Pinsky. Antes de continuar, em nome da transparência, devo dizer que Pinsky é um amigo da família e editou um livro meu. Mas não acho que esteja faltando com a objetividade quando digo que o livro é altamente esclarecedor.

O autor fala muito pouco do atual conflito. Ele se concentra na Europa oriental do século 19 e início do 20 para investigar o surgimento do nacionalismo judaico, que deu origem ao movimento sionista.

Em alguns meios de esquerda o termo "sionista" se tornou sinônimo de fascista e colonialista. Pinsky mostra que essa interpretação não tem respaldo histórico. O sionismo não surgiu como um ato de imperialismo judaico, talvez o contrário disso. Os judeus só mantiveram uma identidade por quase dois milênios sem um território porque essa identidade lhes foi imposta pelas comunidades não judaicas em que viviam.

E em várias de suas vertentes, o nacionalismo judaico surge como movimento laico e de esquerda, algo que Pinsky mostra em detalhes. E o autor o faz com uma pegada marxista no tom que eu aprecio. Enfatiza as explicações econômicas e de posicionamento social sem menosprezar todo o resto (religião, cultura, características individuais).

Só lamento que Pinsky não tenha avançado mais para mostrar como esse nacionalismo, sempre cambiante, atua hoje em Israel. Mas isso é matéria para vários outros livros.


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