Cineasta israelense aborda a contribuição judaica na Amazônia; filme vai ser exibido nesta quinta no MIS - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.

05.12.24 | Brasil

Cineasta israelense aborda a contribuição judaica na Amazônia; filme vai ser exibido nesta quinta no MIS

O MIS (Museu da Imagem e do Som) de São Paulo vai exibir nesta quinta-feira (5), às 19h, o documentário “Muito amor – Judeus e Judaísmo na Amazônia”, da diretora israelense Malka Shabtay, que estará presente para um bate-papo com o público após a sessão.

Antropóloga, escritora e cineasta, Malka Shabtay viajou pela Amazônia para conhecer os descendentes dos judeus marroquinos que imigraram para a região desde 1810. No filme, eles compartilham suas histórias, os desafios enfrentados pelos seus antepassados e o seu empenho para manter a vida e as tradições judaicas na região.

Em entrevista à CONIB, Malka conta como teve a ideia de fazer o filme: “Tudo começou quando ouvi sobre os judeus de Iquitos que emigraram para Israel. Então pesquisei na internet e encontrei o filme Eretz Amazonia, de David Salgado. Entrei em contato com ele e decidi ir conhecer de perto a história dos judeus da Amazônia, sobre os quais nunca tinha ouvido falar antes”. “Então, em 2010, iniciei minha jornada na região, sem nenhuma intenção de fazer um filme. Visitei Belém, Óbidos e Manaus, e fui entrevistando pessoas com uma câmera não profissional, apenas para documentar a viagem”.

“Em 2001, eu estava em um festival de cinema em Belém e recebi, num telefonema, um convite para ir para Breves, na ilha de Marajó, e encontrar uma mulher chamada Iria Shukrún, que me disse que estava pesquisando e escrevendo sobre a presença de judeus marroquinos no Marajó. Quando eu voltei para casa, vi que tinha um vasto material interessante e foi então que decidi fazer um filme”.

Malka documentou relatos de Fortunato Chocron, Samuel Pereira, Meri Chamani, Cloude Chamani, Maria Botbol, Maria Sarrafi, Ronyo De Mercede Gama, Julia Cohen, Samuel Benchimol e Anne Benchimol e suas relações com as culturas locais.

“Por tudo que vi e ouvi, a contribuição judaica foi crucial para o desenvolvimento da Amazônia”, diz ela. “Desde que chegaram, os judeus se espalharam por toda a região Amazônica, trabalhando como comerciantes, principalmente. Eles criaram comunidades judaicas em Belém, Manaus e Óbidos, e em muitas outras cidades da região”.

“É muito interessante e impressionante ver o trabalho de jovens, descendentes de judeus que chegaram há mais de 200 anos na Amazonia, para documentar e preservar sua história e a contribuição de seus antepassados para o desenvolvimento da região”. “É muito importante que outros jovens, brasileiros, de Israel e de outros países, conheçam essa história e deem o merecido reconhecimento a todo esse trabalho”, concluiu.

A trilha sonora do filme é composta por seis canções da cantora israelense-marroquina Lala Tamar, que canta em Hakitia (dialeto falado pelos judeus do Marrocos e ainda preservado na Amazônia), trazendo os sons originais do judaísmo marroquino.

O lançamento do documentário foi na Hebraica de São Paulo. Outras exibições foram realizadas na Unibes Cultural, em São Paulo, em Belém, em Breves e no Rio de Janeiro e, depois desta no MIS, haverá outra em Curtiba.

Malka Shabtay é antropóloga pela Universidade de Haifa e doutora em Ciências Comportamentais pela Universidade Ben Gurion. Já realizou três filmes etnográficos: Cameroon Ma Petite Ville (2021), Nafkot – Yearning (2022) e Muito Amor – Judeus e Judaísmo na Amazônia (2023). Como autora, publicou 15 livros e diversos artigos em revistas especializadas. Lecionou no Centro Acadêmico Ruppin, no Instituto de Imigração e Integração Social, e em várias outras instituições acadêmicas. Nos últimos dez anos, esteve envolvida com diversas comunidades judaicas, especialmente os Lemba do Zimbábue, os Abayudaya em Uganda, os judeus ocultos da Etiópia e os Bnei Anussim no Brasil.

Cineasta israelense aborda a contribuição judaica na Amazônia; filme vai ser exibido nesta quinta no MIS - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.

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