07.01.25 | Mundo

12 queixas foram apresentadas contra soldados das IDF no exterior por supostos crimes de guerra em Gaza

Reportagem do The Times of Israel afirma que o Ministério das Relações Exteriores sabe de pelo menos 12 casos em que queixas foram apresentadas no exterior contra soldados das Forças de Defesa de Israel, acusando-os de crimes de guerra em Gaza, em meio a relatos de israelenses sendo instados a deixar vários países para evitar possíveis processos, incluindo no Brasil no último domingo (05/01).

Tais queixas foram registradas no Brasil, Sri Lanka, Tailândia, Bélgica, Holanda, Sérvia, Irlanda e Chipre, disse o relatório, citando números apresentados em uma reunião ministerial. De acordo com o diário Haaretz, a lista também inclui África do Sul e França.

O Canal 12 observou que, na maioria dos casos, as reclamações não resultaram em investigação e em nenhum deles alguém foi preso, embora tenha dito que o incidente no Brasil quase se tornou uma crise diplomática.

A rede relatou que durante a mesma reunião ministerial de domingo, dados foram apresentados mostrando que no segundo semestre de 2024, ataques antissemitas físicos aumentaram em 104 por cento, enquanto casos antissemitas online aumentaram em 63%. O objetivo da reunião foi supostamente elaborar procedimentos para lidar com casos semelhantes ao caso do Brasil de domingo.

Enquanto isso, o Haaretz informou no domingo que um escritório conjunto foi criado pelo Advogado-Geral Militar, o Ministério das Relações Exteriores, o Conselho de Segurança Nacional e o Shin Bet para avaliar ameaças legais a soldados no exterior.

Os relatórios surgem em meio a uma campanha da Fundação Hind Rajab, uma organização sem fins lucrativos sediada na Bélgica, para identificar soldados israelenses que publicaram vídeos nas redes sociais nos quais cometem, alegam ter cometido ou parecem endossar a prática de potenciais crimes de guerra, e registrar queixas contra os soldados com base nisso.

A organização, que proclama que é “dedicada a acabar com a impunidade israelense e alcançar justiça para Hind Rajab e todas as vítimas do Genocídio de Gaza”, recebeu o nome de Hind Rajab, de seis anos, que foi morta em Gaza em fevereiro. Sua morte foi atribuída à IDF, mas uma investigação inicial conduzida pelo exército disse que não havia tropas na área no momento.

Um soldado das Forças de Defesa de Israel que sobreviveu ao massacre do Hamas no festival de música Nova em 7 de outubro de 2023, encerrou às pressas suas férias no Brasil na manhã de domingo, depois que o Tribunal Federal do país ordenou que a polícia abrisse uma investigação de crimes de guerra contra ele, de acordo com a mídia brasileira.

Ele estava sendo investigado sob suspeita de envolvimento “na destruição de um prédio residencial na Faixa de Gaza enquanto usava explosivos fora de combate” em novembro, informou o jornal Metrópoles.

O Itamaraty informou que o ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa'ar, ordenou que o Setor Consular do ministério e a embaixada no Brasil entrassem em contato com o homem e sua família, que “o acompanharam durante todo o evento até sua rápida e segura partida do Brasil”.

“O Ministério das Relações Exteriores chama a atenção dos israelenses para postagens nas mídias sociais sobre seu serviço militar e para o fato de que elementos anti-israelenses podem explorar essas postagens para iniciar procedimentos legais inúteis contra eles”, acrescentou o Ministério das Relações Exteriores.

“O Estado de Israel está lidando hoje com uma campanha organizada por organizações pró-Palestina que estão tentando reunir materiais que os soldados postaram ao longo da guerra e usá-los para tentar prender esses soldados”, explicou o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, ao Canal 12 no domingo.

Yuval Kaplinski, ex-chefe da Divisão Internacional do Ministério Público, disse à rede: “Se um soldado publica um vídeo em que você vê casas destruídas, ou publica [um vídeo de] uma demolição de casas, e ele diz: 'Vamos explodir todas as casas em Gaza, matar civis, nos estabelecer lá e destruir toda Gaza e todos os moradores de Gaza', ele está, essencialmente, declarando que está cometendo um crime de guerra.”


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