10.02.23 | Brasil
Justiça de Minas Gerais condena homem que usou braçadeira com símbolo nazista em Unaí
A Justiça de Minas Gerais condenou a dois anos de prisão o fazendeiro José Eugênio Adjuto, 57, por apologia ao nazismo, ao usar em local público uma braçadeira com suástica. Mas, por não ter antecedentes criminais, José Eugênio Adjuto poderá cumprir a pena em liberdade, segundo a sentença da juíza Ludmila Lins Grilo. Ele terá de pagar multa de três salários mínimos (R$ 3.906) e não poderá frequentar bares e restaurantes durante o período de cumprimento da pena.
A Federação Israelita do Estado de Minas Gerais (Fisemg), que atuou como assistente de acusação no processo, enviou uma petição à magistrada pedindo o cumprimento da pena em regime fechado. A entidade alerta que várias ações violentas ocorridas no Brasil nos últimos anos foram praticadas por pessoas simpáticas ao nazismo.
Para o presidente da Federação Israelita de Minas Gerais, Fisemg, Beny Cohen, a decisão da justiça demonstra que esse tipo de atitude deve ser punida com o rigor da lei. “Não podemos permitir apologia ao nazismo de nenhuma forma. A sociedade e, em especial, as comunidades judaicas, devem se manter alertas e denunciar qualquer ato que viole direitos fundamentais. A impunidade incentiva atos neonazistas violentos e o assunto deve ser tratado com seriedade. Não há espaço para banalizações”
Atuaram no caso como advogados da Fisemg Andre Myssior, Fernando Beckerman, Isaac Zagury, Igor Wildman, Max Lansky e Michel Reiss.
Na sentença, a juíza destacou que o réu tinha consciência do que estava fazendo, ao exibir uma braçadeira com a suástica, fazendo referência ao regime nazista.
José Eugênio Adjunto foi flagrado usando uma braçadeira com a suástica em um bar de Unaí, no Noroeste de Minas, em novembro de 2019, O caso ganhou repercussão nas redes sociais em todo o País. Pessoas que estavam no local chegaram a chamar a polícia, mas ele não foi detido em flagrante.