CONIB participa de audiência pública no Senado sobre mecanismos de combate ao discurso de ódio - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.
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06.09.23 | Notícias

CONIB participa de audiência pública no Senado sobre mecanismos de combate ao discurso de ódio

Os membros do Conselho de Comunicação Social (CCS) se reuniram nesta segunda (4), em Brasília para discutir mecanismos de combate ao discurso de ódio na comunicação. Foram convidados para a sessão autoridades, jornalistas e membros do Governo. A mesa foi composta pelo presidente do CCS, Miguel Matos, a vice-presidente Patrícia Blanco e os convidados, o jornalista Leonardo Sakamoto, o advogado Cezar Britto, e o jornalista, sociólogo e professor da USP, Laurindo Leal Filho, a diretora da CONIB, advogada Andrea Vainer e a Profa. Letícia Cesarino, do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.

Andrea iniciou sua participação, lembrando que eventos dramáticos como o Holocausto e o genocídio de Ruanda não começaram com extermínio e com segregação. Começaram com o discurso de ódio e com a construção de narrativas que, no caso Holocausto, por exemplo, elegeram os judeus como responsáveis pelas mazelas do mundo e da Alemanha naquele momento histórico. Ela também destacou o trabalho da CONIB em parceria com a Fundação Getúlio Vargas em estudo que resultou em um guia e um livro no intuito de buscar o esclarecimento conceitual do discurso de ódio e auxiliar na identificação, avaliação, regulação e sancionamento desse tipo de manifestação. Andrea ressaltou que é preciso mostrar que o discurso de ódio ultrapassa a o limite da liberdade de expressão e não pode se esconder atrás deste direito constitucional. Ela também sublinhou que, frente a um cenário de crescimento de ações de apologia ao nazismo, nazistas e antissemitas, seria importante haver um agravamento de penas. Além disso, observou que “As plataformas muitas vezes não respondem a ordens judiciais. O Marco Civil da Internet busca também instrumentos para que as plataformas respondam. Mas não é o que se vê. É importante que se olhe para esse aspecto”, frisou a advogada.

A reunião do CCS contou também com as exposições de Letícia Cesarino, que disse que o discurso de ódio é fundamentalmente uma pauta de Direitos Humanos e fez uma explanação mais conceitual do fenômeno. O jornalista Leonardo Sakamoto contou que foi alvo de diversos ataques: “já fui cuspido, tomei garrafada na cabeça, fui derrubado, chutado e fui perseguido, tentaram arrombar meu escritório e fui ameaçado de morte”, enumerou. Ele também tratou do discurso de ódio contra jornalistas em geral. O advogado Cezar Britto falou que vivemos o momento das máscaras caídas, em que as pessoas se assumem como efetivamente são. Ele sublinha que para melhor combater o discurso de ódio é necessário um judiciário mais plural e diverso. Já o jornalista, sociólogo e professor da USP Laurindo Leal Filho falou ainda da espetacularização da violência e do ódio nas TVs e nas redes sociais e do quanto isto é nocivo. Depois das exposições, a sessão foi aberta para perguntas dos conselheiros.


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