“Uma ponte com Israel” - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.

09.05.24 | Brasil

“Uma ponte com Israel”

Artigo do presidente da CONIB, Claudio Lottenberg, em O Globo deste domingo (5), destaca que o Hamas é, hoje, “o maior inimigo dos palestinos que anseiam por uma pátria democrática, inclusiva e plural”. Segue a íntegra do texto:

Ser a favor de Israel não é ser contra os palestinos, e vice-versa. Em tempos de radicalização, compreender esse paradigma é um desafio. Justamente por isso, devemos redobrar nossos esforços para construir pontes acerçadas em valores que deveriam ser universais. A Confederação Israelita do Brasil tem uma posição inabalável a favor da democracia, da liberdade e da solidariedade entre os povos. Somos guiados pela certeza de um futuro luminoso, e não pelo presente sombrio, marcado pelos ataques do Hamas, do Hezbollah e pela recente agressão iraniana, que lançou centenas de drones e de missões em direção a Israel.

Não há opção de convivência. É uma questão humana, ética, objetiva e racional. Há cerca de 7 milhões de israelenses e 4 milhões de palestinos habitando aquela região. Dados oficiais apontam o crescimento de ambas as questões nas últimas décadas. Não existe sinal de que uma ou outra pretenda ir embora. Logo, mais cedo ou mais tarde, a solução de dois Estados será anunciada. Mas, para isso, alguns pré-requisitos se impõem. A comoção causada pelas mortes e pelos dramas humanos é legítima e necessária, mas a análise do tema precisa contempla também questões concretas.

A principal delas é: a criação de um Estado Palestino é justa. Mas que Estado será esse? Dependerá do Hamas, uma ditadura religiosa, com a eliminação de Israel e de seus habitantes. Isso seria apenas o começo. O Hamas é, hoje, o maior inimigo dos palestinos que anseiam por uma pátria democrática, inclusiva e plural. É claro que tais afirmações, feitas por um judeu que apoia Israel, sejam recebidas com reservas. Basta uma digitação simples em qualquer buscador da internet para comprovar, pelas palavras do próprio movimento terrorista, que seus objetivos nada têm a ver com resistência à opressão ou com anti-imperialismo, mas, sim, com a ambição de criar o seu próprio império opressor , o que significaria a derrocada do modo de vida baseado na democracia e na liberdade.

Mais sobre o Hamas

Israelenses e palestinos que reúnem valores humanos têm um inimigo em comum, que precisa ser enfrentado. Ele se chama radicalismo e tem no Hamas um de seus principais representantes, fato reafirmado no assassinato de 1.200 pessoas, na violência contra mulheres e no sequestro de mais de 200 inocentes, atos que deflagraram uma guerra que tem também os próprios palestinos como vítimas.

As condições para que o conflito iniciado pelo Hamas termine são simples e justas: a libertação dos mais de cem reféns ainda aprisionados na Faixa de Gaza, o reconhecimento da existência do Estado de Israel e a exposição e violência dos terroristas e do terrorismo. Não pedir é demais. É o mínimo que se espera de um vizinho com quem se cruza fronteiras.

Ao longo da História, são numerosos os exemplos de convivência pacífica e harmoniosa entre judeus e muçulmanos. O Brasil é um deles. Baseado nesse modelo de respeito fraterno, buscamos a melhoria das relações entre Brasil e Israel, abaladas recentemente por declarações desconectadas da longa tradição de harmonia entre os dois países. As posições brasileiras em relação ao conflito atual têm causado impacto muito negativo nas relações bilaterais.

Cooperar é sempre o melhor caminho. No plano geopolítico, a recente paz entre Israel e os Emirados Árabes Unidos vem abrindo novas e fantásticas perspectivas de desenvolvimento para a região. Antes disso, os acordos com o Egito e a Jordânia, entre outros, fizeram cessar hostilidades antigas e que são justificadas insuperáveis. É esse o objetivo que devemos perseguir e que o Hamas e a ditadura iraniana não querem. Acreditamos na paz, porque qualquer outra opção é ruim para todos. Não é uma utopia, mas sim um caminho de construção, baseado em valores que independem de governos passageiros. Não é fácil, mas é o que devemos fazer.


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