Jovem destaca a importância dos movimentos juvenis na formação de lideranças - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.
Foto: Divulgação CONIB

16.05.24 | Brasil

Jovem destaca a importância dos movimentos juvenis na formação de lideranças

Formada em Relações Internacionais, graduanda em Geografia e Coordenadora de Juventude da Comunidade Shalom, Caroline Beraja fala à CONIB sobre a sua trajetória na vida comunitária, seus objetivos e o que a move em sua atividade. “O que faz sentido, mesmo que seja fora da comunidade judaica, é sempre nos colocarmos de alguma forma que a nossa identidade judaica fique clara e que possamos estar à vontade no espaço em que estivermos”, diz ela. E deixa um recado aos jovens: “Nunca se escondam! Assumam sua origem em qualquer espaço que estiverem”.

Origem

Sou metade ashkenazi e metade sefaradi. A família do meu pai vem da Turquia e do Marrocos e eu tenho esse lado sefaradi forte. E aqui em casa seguimos algumas tradições sefaraditas, especialmente a alimentação que tanto aprecio.

A família da minha mãe é da região da Lituânia e da Polônia, vieram para São Paulo antes da Segunda Guerra. E (meus pais) acabaram se encontrando aqui, em São Paulo. No meu sobrenome, o que eu uso mais, é o Beraja, da família do meu pai e que significa Berachá (benção). A família da minha mãe tem o sobrenome Becker, que eu não tenho no meu registro.

Eu sempre morei em bairros que não são considerados de grande concentração judaica. Nunca morei no Bom Retiro e em Higienópolis, morei sempre na zona sul de São Paulo, no Brooklin, onde só havia uma sinagoga – Beith Chabad – que eu frequentava quando criança. Mas meus primos frequentavam um movimento juvenil que gostavam muito e, por influência deles e da minha mãe, acabei entrando no Habonin Dror, que era no Bom Retiro. E amei desde o início!

Experiência em Israel

Em 2014 fui para o Shnat – Shnat Hachshará são projetos para jovens judeus de 18 a 22 anos, graduados no ensino médio que desejam ter uma experiência internacional em Israel antes de iniciar sua graduação -, passei um ano lá, em momentos também muito difíceis, mas não igual ao que está acontecendo hoje. Naquela ocasião havia uma operação das Forças de Defesa de Israel em Gaza. Lembro de um episodio que ocorreu quando estava trabalhando numa escola para autistas em Bersheva. A sirene tocou e alguns alunos com maior sensibilidade auditiva colocaram as mãos nos ouvidos e entraram em pânico. Nessa ocasião tive que socorrê-los e levá-los no colo para o bunker.

Essa experiência em Israel foi um momento importante na minha vida. Foi uma transição em que tive a oportunidade de vivenciar a sociedade israelense adquirir mais conhecimento e autonomia para buscar uma formação em liderança.

Quando voltei a São Paulo, tive a oportunidade de me envolver mais com o movimento juvenil, desenvolver a liderança e em 2017 passei a coordenar o Dror em nível nacional. Foi um momento tão importante de transição e aprendizado que eu gostaria de passar isso a outras pessoas. Saí do Dror muito agradecida.

A partir daí fui convidada a participar do movimento juvenil Hashomer Hatzair, onde criei vínculos importantes com pessoas que atuam na liderança da comunidade judaica de São Paulo, em instituições como o Museu Judaico e a Congregação Israelita Paulista (CIP). Aprendi muito com essas pessoas e me identifiquei com esse trabalho dentro da comunidade.

E toda essa experiência só reforçou a minha certeza do que eu queria fazer, que era continuar atuando pelos jovens na comunidade judaica.

Atividade profissional

Comecei a trabalhar no Instituto Brasil-Israel (IBI) como estagiária, uma vez que cursava Relações Internacionais na faculdade. Isso tinha tudo a ver com minha formação acadêmica e lá tive a oportunidade de desenvolver um projeto educacional para escolas. Eu sempre estive envolvida com juventude e educação.

Agora trabalho em algo que sempre quis. Sou coordenadora de juventude da comunidade Shalom. Trabalho num projeto que leva informações às escolas sobre como funciona o Knesset (Parlamento). Nesse projeto, as crianças podem assumir papeis e levar e discutir propostas, como se realimente estivessem num Parlamento.

Trabalhar numa sinagoga é uma experiência muito inspiradora, porque tem a ver com princípios, valores e espiritualidade. E isso faz todo o sentido para mim.


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