16.01.25 | Conib em ação
“Desejo de cessar-fogo já existia para Israel muito antes do terrorismo patrocinado pelo Irã”
Em artigo publicado no portal R7, no dia 15/01, o presidente da Conib, Claudio Lottenberg, afirma que pelo estado judeu, caso o respeito à sua existência fosse condição pétrea, os episódios decorrentes do 7 de Outubro jamais ocorreriam. Leia o texto na íntegra:
O cessar-fogo é um desejo desde 7 de Outubro de 2023 para Israel e, aliás, já existia antes do ataque terrorista patrocinado pelo Irã e seu proxy Hamas por desejo e atitude do estado judeu. Gaza já é um estado palestino.
Por Israel, caso o respeito à sua existência fosse condição pétrea, isto jamais aconteceria.
E quem acompanhou este processo de perto sabe muito bem que Israel jamais patrocinou este processo de guerra germinado e amadurecido pelo estado tirânico do Irã.
A sociedade contemporânea, em sua complexidade e diversidade de narrativas, ainda não conseguiu absorver plenamente o conceito de que, em conflitos como o que envolve Israel e seus vizinhos, não se trata apenas de fronteiras ou disputas religiosas. Trata-se, acima de tudo, de defender o princípio universal da coexistência pacífica e do direito à vida em liberdade e segurança. Muitas vezes, a defesa desses valores é incompreendida, especialmente em uma era em que a polarização e a desinformação obscurecem os fatos e deturpam intenções.
Israel, ao se posicionar contra grupos que promovem o terror e a destruição, não age apenas em defesa de seu território e de seu povo, mas também em nome de um propósito maior: a preservação de um modelo de sociedade que valoriza a pluralidade, a democracia e a possibilidade de coexistência entre diferentes culturas, crenças e ideias. Essa luta não é apenas de Israel, mas de todos que acreditam que o futuro da humanidade depende da capacidade de viver juntos, respeitando as diferenças.
Embora hoje muitos ainda não compreendam ou reconheçam a importância dessa postura, o futuro será testemunha do impacto dessa resistência em prol da coexistência. Quando a intolerância, que hoje alimenta o extremismo e as divisões, der lugar à busca por entendimento e por soluções verdadeiramente humanas, a ideia de dois Estados na Palestina será uma realidade possível e desejada por todos. Nesse futuro, a sociedade agradecerá aqueles que, mesmo enfrentando críticas e incompreensões, se mantiveram firmes em sua defesa de princípios que asseguram a dignidade e o respeito mútuo.
O sonho de dois Estados convivendo lado a lado, em paz, não é utopia, mas uma meta tangível, desde que a intolerância, o ódio e as ideologias extremistas sejam substituídos por lideranças comprometidas com a construção de pontes, não muros. Será um momento em que reconheceremos que a defesa da democracia e da coexistência não era apenas uma questão regional, mas um marco de evolução para toda a humanidade.
As nações que hoje se recusam a reconhecer a complexidade do conflito no Oriente Médio e que, deliberadamente ou por omissão, apoiam forças que rejeitam a coexistência, estão abrindo mão de seu papel como líderes globais e como defensores dos direitos humanos. Esses países, que optaram por ignorar os valores fundamentais da democracia e da convivência pacífica, perderão gradativamente o respeito e a credibilidade na arena internacional. Quando a poeira desse momento histórico assentar, ficará claro quem esteve do lado do diálogo, da paz e do pluralismo — e quem escolheu apoiar ou tolerar o extremismo e a intolerância.
O aprendizado será inevitável. A resposta está por vir, e ela não será apenas política, mas cultural e moral. O reconhecimento global de que a defesa do pluralismo e da democracia não é uma escolha, mas uma obrigação ética, será o divisor de águas para a construção de um mundo mais justo e equilibrado. Países que hoje se mostram cegos, incapazes de perceber que apoiar ideologias extremistas e regimes autoritários é um tiro contra os próprios princípios universais, pagarão o preço de sua omissão ou conivência. Perderão o respeito de seus pares e de suas populações, que inevitavelmente buscarão líderes mais conectados aos valores de justiça, igualdade e respeito à diversidade.
O julgamento histórico será severo, pois o tempo revelará a diferença entre aqueles que defenderam valores universais e aqueles que, por conveniência ou oportunismo, se alinharam a narrativas intolerantes. O futuro pertence aos que compreendem que o pluralismo não é uma fraqueza, mas a força que sustenta a paz, o desenvolvimento e a dignidade humana.
E é nesse contexto que precisamos lembrar que o Brasil, apesar das falas e atitudes de seus atuais governantes, não se limita a eles. A grandeza do Brasil transcende qualquer governo temporário, pois está enraizada em seu povo, em sua diversidade e em sua capacidade de se reinventar. Governantes vêm e vão, mas o Brasil é maior que seus líderes momentâneos. A história do país será escrita por aqueles que acreditam em sua essência democrática, plural e resiliente. O Brasil, como parte da comunidade global, encontrará seu lugar ao lado das nações que defendem o pluralismo, a justiça e a paz.
E estou seguro que a resposta, mesmo aos governantes brasileiros, virá não só por força de um cessar-fogo se não por uma melhor leitura acerca de seus equívocos geopolíticos.