Debates abordaram política, eleições, antissemitismo e Oriente Médio - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.
Fotos; Flavio Mello

10.11.25 | Conib em ação

Debates abordaram política, eleições, antissemitismo e Oriente Médio

A 56ª Convenção Anual da CONIB apresentou na tarde de domingo (9)  uma série de painéis que reuniram especialistas e líderes para debater temas essenciais ao Brasil e ao mundo contemporâneo — democracia, eleições, identidade, segurança, geopolítica e o combate ao antissemitismo.

Os diretores Sergio Napchan e Mirella Radomysler apresentaram o evento. “Estamos aqui sob o lema “Orgulho de pertencer, coragem para agir”, destacou Napchan. “Isso não é apenas um tema de convenção, nem uma frase de camiseta como as que nossos diretores estão usando. É a bússola da nossa história e a rota para o nosso futuro", pontuou Mirella Radomysler. Napchan completou: “O pertencimento é o que nos conecta, é a nossa base, é sentir que fazemos parte de uma peça fundamental para o nosso bem-estar social e ele ganhou uma força colossal quando juntos sofremos com o 7 de outubro; ele se forjou no engajamento incansável e na dedicação de tempo e alma de todos nós, algo que vai muito além do dever”.

Os apresentadores destacaram a importância da presença dos presidentes das federadas no evento e prestaram uma homenagem a eles, pedindo que se levantassem para receber aplausos.

Claudio Lottenberg conversou com a deputada federal Tabata Amaral sobre atuação política em tempos de polarização. Claudio observou que o Brasil vive um período de forte polarização política e perguntou a Tabata como ela avalia o papel do Congresso e dos partidos de esquerda na reconstrução do diálogo democrático e se ela acha que é possível combater o extremismo sem cair na tentação de responder com radicalização e com radicalismo do outro lado. Tabata respondeu, lembrando que tem “apanhado” tanto da esquerda quanto da direita por suas posturas e que já se acostumou a ser “cancelada”. “A polarização por si só não deveria ser algo negativo, mas o que me incomoda é que essa polarização extremada emburrece a gente; é tão extremada que nos leva a normalizar a violência, é uma coisa de torcida (de futebol) e quem precisa de torcida é time de futebol e não politico”, disse Tabata, ao destacar que essa polarização “cega e afasta as pessoas, como se elas nunca pudessem concordar com uma ideia que vem do outro lado e acreditam que a ideia do seu lado tem sempre que ser defendida”. “E quando eu me recuso a fazer isso vêm os ataques e o cancelamento”. “E para mim faz pouco sentido essa visão raza de rede social, de que só pode defender temas como educação e pauta ambiental quem é de esquerda. Esses rótulos são muito prejudiciais”.

Danni Mnitentag, cofundador da ECOA, falou sobre o trabalho do “ECOA – Executivos contra o antissemitismo” junto a empresas de diferentes setores.

Claudio Lottenberg também conversou com o deputado federal Kim Kataguiri sobre conservadorismo e extremismo na política. Kim respondeu a uma pergunta do Claudio, afirmando que não acha que o conservadorismo tenha crescido nos últimos anos, “até porque um dos princípios do conservadorismo é a política da prudência”. Sobre um possível ‘casamento’ entre o discurso religioso e a política dentro de uma visão conservadora, Kim respondeu afirmando que, “mesmo em uma sociedade tradicional, que tem seus costumes, a lei do Estado tem que ser secular, porque essa é a lei dos homens”. Os costumes mudam, a sociedade muda e por isso as leis precisam mudar. E a religião tem a lei de Deus e essa não muda”. “Mas o Estado não pode ter uma legislação imutável”. Disse também que não acredita em extremismo religioso no Brasil.

O painel “Paz no Oriente Médio: é viável ou uma utopia?”– reuniu Gabriel Ben-Tasgal e Gabriel Wainer. “Para a grande maioria dos palestinos, os da Cisjordânia inclusive, o conflito israelo-palestino é religioso e, para eles os judeus não são considerados como um povo. Para eles, os judeus representam uma religião que foi anulada com a chegada do islamismo e, além disso, para eles, os judeus estão ocupando uma terra islâmica. Portanto consideram que os judeus não podem ter um Estado independente em qualquer fronteira”, destacou Ben-Tasgal.

Os advogados Rony Vainzof e Andrea Vainer, respectivamente secretário e diretora da CONIB, abordaram dados do antissemitismo no Brasil e Bruno Cardoni apresentou o projeto “Decodificando o Antissemitismo”. “Desde o início da guerra contra o Hamas, na internet, nós tivemos de 220 mil menções antissemitas e, para se ter uma ideia do alcance que isso chega,a 126 milhões de pessoas.

O painel “Fé, razão e democracia: o que está em crise? – reuniu Luiz Felipe Pondé, Andres Spokoiny (autor e CEO da Jewish Funders Network) e Cecilia Flesch (jornalista e apresentadora do RivoNews). Questionado por Cecilia, Andres Spokoiny disse que crê que a democracia está em crise no mundo. “Isso se deve a uma série de fatores. A democracia, como a conhecemos, foi criada a cerca de 250 anos em mundo muito diferente. Então houve uma dificuldade para adequar com a devida agilidade à complexidade dos problemas que existem hoje no mundo”, disse Andres Spokoiny. Para ele, a insegurança política, econômica e social fazem com que as sociedades busquem a figura de um líder forte. “E isso é ruim para os judeus e para uma democracia liberal”, pontuou.

Ponde observou que “os antigos tinham a concepção de sistema político como algo que necessariamente degenerava com o tempo e estava ali para fazer com que a sociedade e o mundo não ficasse pior do que já era. Então a ideia era manter um certo status quo e se manter aberto para algumas mudanças no varejo, jamais no atacado”.

O encerramento contou com Ato pela Noite dos Cristais, em parceria com o Memorial do Holocausto SP e com a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), que lembrou os ataques de 9 e 10 de novembro de 1938, quando sinagogas e outros locais judaicos foram destruídos na Áustria e na Alemanha, num episódio que marcou o início do Holocausto. O ato, que conto com a presença de depoimentos de sobreviventes do Holocausto, comoveu o público presente, num momento de memória, reflexão e compromisso com o “Nunca Mais”.

Cada fala, cada gesto, cada presença reafirmou o espírito que move a CONIB há mais de meio século: o de uma comunidade que, unida em seus valores e aberta ao diálogo, acredita no poder da convivência, da educação e do respeito para construir um futuro mais justo e mais humano para todos.

Debates abordaram política, eleições, antissemitismo e Oriente Médio - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.
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