Sob a coordenação do Centro de História e Cultura Judaica e do Centro Cultural Mordechai Anilevitch, as escolas públicas municipais e estaduais do Rio de Janeiro estão recebendo palestrantes para falar sobre uma série de temas como Holocausto, Nazismo, Estado Totalitário, Práticas de Extremismo e Refugiados . A iniciativa acontece depois do lançamento de livro e de uma exposição online - Projeto Envelopes – Testemunhas Postais da História. O projeto geral é de Ezequiel Rosman, com curadoria da exposição de Susane Worcman e coordenação do educativo de Cinthia Griner e Rafael Arkader.
Os encontros tiveram início em setembro e irão até novembro. Usando textos, filmes e fotos disponíveis na exposição online, palestrantes universitários e recém-formados, todos ex-madrichim dos movimentos juvenis Habonim Dror , Chazit Hanoach , Bnei Akiva e Hashomer Hatzair , desenvolvem em sala de aula esses e outros assuntos que abalaram o mundo no século XX e ainda se mostram preocupantes no século XXI, segundo explica a coordenadora Cinthia Griner.
Segundo ela, a meta do projeto é atingir cerca de 100 turmas de alunos do 8º ano do Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, num total de 30 unidades escolares da cidade.
Vários palestrantes são descendentes de refugiados, que chegaram ao Brasil no início do século XX entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Esses refugiados eram judeus que sofriam perseguições na Europa e encontraram no Brasil uma nova pátria, tendo perdido membros de suas famílias no Holocausto. Na comunidade judaica a frase “Nós lembramos” faz parte da realidade desses jovens e a iniciativa tem sido exaltada pelos monitores, professores e alunos, diz a coordenadora.
O Holocausto nazista é tema obrigatório dos cursos de história da rede estadual e municipal de ensino do Rio de Janeiro desde a publicação de Leis em 2011, que estabelecem que os Conselhos de Educação determinem uma abordagem especial de noções sobre o Holocausto nazista como forma de educação, prevenção e combate a todas as formas de discriminação e intolerância. A questão não envolve apenas judeus, ciganos e outras minorias perseguidas pelos nazistas, mas serve também como advertência para as perseguições hoje travadas contra várias minorias.
