Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o convidado da CONIB para a 53ª Convenção Anual da instituição, Maram Stern, CEO do Congresso Judaico Mundial (CJM), disse que vê com preocupação a movimentação da extrema direita no mundo. Ele observou que as notícias falsas se propagam mais rapidamente, enquanto a extrema direita se internacionaliza. E considerou a situação um terreno fértil para florescimento de ideologias extremistas, embora não ache que isso incorrerá no risco de vermos avançar episódios como as marchas fascista e nazista que ocorreram na primeira metade do século 20.

Para ele, o judeu, que nasceu na Alemanha Ocidental durante a Guerra Fria, e a comunidade judaica têm a responsabilidade histórica de se opor ao nacionalismo de extrema direita. E o antissemitismo, afirma, é o primeiro sinal de que há algo de podre na democracia. Maran não quis opinar sobre a política no Brasil, mas o presidente da CONIB, Claudio Lottenberg, consultado na mesma entrevista, reafirmou que a comunidade judaica é um recorte da comunidade maior e que há judeus de direita, de esquerda, liberais e conservadores.