12.10.23 | Brasil
Presidente da CONIB diz que posição do governo de não reconhecer o Hamas como grupo terrorista enfraquece o País diante de nações democráticas
Em declarações publicadas nesta quinta-feira (12) no jornal O Globo, o presidente da CONIB, Claudio Lottenberg, avalia que o posicionamento do Brasil de não classificar o Hamas como grupo terrorista enfraquece o País e o afasta de demais nações democráticas.
“Entendo que está faltando um pouco mais de firmeza justamente no que caracteriza o relato do que está acontecendo neste momento em Israel. O presidente tem uma assessoria que o orienta e, portanto, falta firmeza ao governo. Na nossa comunidade e até mesmo fora dela, muitas pessoas estão horrorizadas com o que está acontecendo e envergonhadas pelo Brasil não ter essa firmeza”, disse Lottenberg.
“As nações democráticas estão condenando de forma mais dura os ataques terroristas e o Brasil deveria seguir o mesmo caminho, já que tem pretensões de ter um papel de liderança no cenário internacional. É preocupante que o Brasil tenha um posicionamento mais próximo do Irã, um país que não compactua com ideais democráticos, do que com os Estados Unidos e com a União Europeia”.
Um grupo de 61 deputados cobraram do Itamaraty e do governo Lula que reconheçam o Hamas como uma organização terrorista. Os parlamentares protocolaram um requerimento assinado por Rodolfo Nogueira (PL-MS) destinada ao ministro de Relações Exteriores Mauro Vieira, pedindo a mudança de postura do país.
“Na hora de criticar o Conselho de Segurança, ele pode, mas quando é para usar as instituições para questões ideológicas, ele também usa. O receio da comunidade israelita é de que o Brasil se alinhe a outros países na ONU favorável a punições também a Israel por conta do conflito, como já aconteceu outras vezes, sendo que Israel apenas está reagindo aos ataques que sofreu”, destacou.
Atualmente, o país confere a classificação de terroristas aos grupos Al Qaeda, Talibã e o Estado Islâmico, os mesmos assim considerados pela ONU. Em entrevista à Globonews, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação afirmou que o país, historicamente, segue a posição do conselho. Outras nações, como Estados Unidos, Reino Unido e Japão reconhecem o Hamas como terrorista.