“Israel x Irã: uma guerra necessária” - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.

26.06.25 | Mundo

“Israel x Irã: uma guerra necessária”

Em artigo publicado nesta quinta (26) no jornal O Estado de S.Paulo, o presidente e o presidente-executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo, respectivamente, Marcos Knobel e Ricardo Berkiensztat, afirmam que a guerra Israel-Irã foi necessária para defender  a existência do Estado judeu, uma luta que o país enfrenta desde a sua fundação, em 1948. Leia a seguir a íntegra do artigo:

Na última semana, o Estado de Israel voltou a ser alvo de críticas feitas pela mídia e por vários governantes a respeito dos ataques recentes contra o Irã. Mais uma vez nos vemos na posição de tentar explicar o que está acontecendo por trás dessa situação, para tentar mostrar um pouco o outro lado da história.

Antes de tudo, vale destacar que os conflitos de Israel com o país do Aiatolá Ali Khamenei datam de muito tempo atrás, desde a Revolução Iraniana, na década de 1970, quando os comandantes de lá afirmaram que queriam a destruição total, não somente de Israel, mas também dos judeus mundo afora. Para colocar seu objetivo em prática, o Irã se tornou o principal financiador de grupos terroristas como o Hamas, na Faixa de Gaza, Hezbollah, no Líbano, e Houthis, no Iêmen.

Temos vários exemplos de ofensivas que antecedem o violento pogrom de 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista Hamas invadiu Israel e matou 1.200 inocentes e sequestrou outros 250. O ataque à embaixada israelense em Buenos Aires, em março de 1992, é um deles. Na ocasião, a explosão matou 29 pessoas e feriu outras 242, incluindo a morte de quatro israelenses e diversos civis argentinos - entre eles, várias crianças. Em 18 de julho de 1994, um novo bombardeiro foi feito pelo Irã na Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), também em Buenos Aires, resultando na morte de 85 pessoas e ferindo centenas de cidadãos do país.

O que Israel tem feito desde a criação de seu Estado, em 1948, é lutar pela sua sobrevivência. Como todos puderam acompanhar, a Agência Internacional de Energia Atômica (Iaea) autorizou o enriquecimento de urânio pelo Irã para fins pacíficos e energéticos. Porém, esse nível de acúmulo do minério chegou aos 60% - um alerta sobre isso foi feito inclusive pela própria agência - que constitui um patamar muito próximo aos 90%, quantidade suficiente para a construção de uma bomba atômica. Ou seja, um regime autoritário e teocrático, que quer abertamente a destruição do Estado de Israel, e que não se preocupa com o outro, com certeza não pensaria duas vezes em utilizar esse artifício nuclear para concluir sua missão e bombardear a região.

Os avisos sobre esse enriquecimento vêm sendo feitos há bastante tempo por Israel - desde a época do governo Barack Obama, nos Estados Unidos - e sobre o perigo da realização de qualquer acordo da Iaea com o Irã nesse sentido. Israel não pode ficar sentado esperando essa possibilidade ganhar forma e, por isso, fez um ataque preventivo para se defender. Voltamos a frisar: temos a certeza de que o primeiro alvo da bomba atômica seria o Estado de Israel, que é um país de dimensões muito pequenas, próximas ao Estado brasileiro de Sergipe. Ao ser alvo desse ataque, Israel desapareceria no mapa do mundo.

Além da sobrevivência do povo israelense, os ataques feitos ao Irã tiveram o objetivo de garantir a estabilidade no Oriente Médio, visto que eles também são avaliados como inimigos por vários países da região, entre eles a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. E mais: com essa ação, Israel, que é o país da inclusão e da solidariedade, vai além e luta pelo direito das mulheres e da comunidade LGBTQI+, variedade populacional que possuímos também no Brasil. No Irã, essas comunidades são totalmente discriminadas. Caso eles façam qualquer coisa fora do regime dos aiatolás, a pena para eles é a morte - como já aconteceu com diversas mulheres e homossexuais que tentaram se rebelar contra essa situação.

Infelizmente, por questões ideológicas, muitas pessoas fecham os olhos para o que acontece no Irã e tendem a criticar Israel, que é a única democracia que existe no Oriente Médio e concede a liberdade de raça, gênero e religião para todos dentro de seu território - prova disso é a diversidade populacional que possui.

Fazemos questão de destacar que a luta de Israel é contra um regime totalitário que quer dominar o mundo e se indispõe em relação aos processos democráticos que existem no Ocidente - e não contra os iranianos, que inclusive querem ser livres. Da mesma forma que Israel ajudou o Líbano a se libertar do domínio do Hezbollah, o objetivo agora é fazer a mesma coisa com o Irã, abrindo suas portas de um novo país para o mundo.

Diante disso tudo, Israel espera contar com o apoio total da comunidade internacional, pois o país está colocando em jogo a sua história, sua existência e a segurança dos israelenses para fazer um bem à população global, atacando um país que quer fazer mal não somente aos seus próprios cidadãos, mas também para as pessoas que habitam além de suas fronteiras.

E nós, da comunidade judaica que vive no Brasil - uma das maiores do mundo - diante das declarações dadas pelo Irã de que eles estariam planejando atingir alvos ligados a Israel em outros lugares do globo, estamos extremamente preocupados com a nossa segurança. E, mais do que isso: somos brasileiros, trabalhamos e atuamos em nosso país. E, por isso, esperamos de nossos governantes que eles atuem de maneira rígida, coibindo qualquer ação de todo tipo de grupo que busque afetar qualquer minoria dentro da nossa sociedade.

Nesse momento, o Brasil precisa colocar sua posição ideológica de lado e olhar com frieza o que está em jogo agora, que é a luta contra o extremismo e terrorismo, almejando a boa convivência entre os povos, objetivando a paz. É fundamental que nosso país atue ao lado do bem, protegendo sua população, independentemente de raça, gênero ou religião.


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