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14.07.25 | Mundo

França decide criar data para homenagear o ex-capitão Alfred Dreyfus condenado injustamente por traição em caso de antissemitismo

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou no sábado (12) a adoção de data em homenagem a Alfred Dreyfus, ex-capitão do exército francês condenado injustamente por traição em 1894 em ato notório de antissemitismo.

“A partir de agora, em todo dia 12 de julho, haverá uma cerimônia em homenagem a Dreyfus, como reconhecimento da vitória da justiça e da verdade contra o ódio e o antissemitismo”, disse Macron em comunicado divulgado por seu gabinete, segundo noticiou o Times of Israel.

A data será celebrada a partir de 2026, no 120º aniversário do reconhecimento da inocência de Dreyfus pelo mais alto tribunal de apelações da França, disse Macron, ao pontuar: “A França precisa permanecer vigilante diante do antigo espectro do antissemitismo”.

Dreyfus tinha 36 anos quando foi acusado, em outubro de 1894, de passar informações militares secretas a um adido militar alemão. A acusação foi baseada na comparação da caligrafia de um documento encontrado na lixeira do adido em Paris.

Apesar da falta de provas, Dreyfus foi condenado por traição, sentenciado à prisão perpétua na colônia penal da Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, e publicamente destituído de seu posto. Mas o tenente-coronel Georges Picquart, chefe dos serviços de inteligência, decidiu investigar o caso em segredo e descobriu que a caligrafia na mensagem incriminadora era de outro oficial, Ferdinand Walsin Esterhazy.

Em junho de 1899, Dreyfus foi levado de volta à França para um segundo julgamento. Inicialmente, foi considerado culpado e sentenciado a 10 anos de prisão, antes de ser oficialmente perdoado, embora não inocentado das acusações. Somente em 12 de julho de 1906, depois de muitas reviravoltas, o Tribunal Superior de Apelações anulou o veredito original, inocentando Dreyfus.

Ele foi reintegrado ao posto de major, serviu durante a Primeira Guerra Mundial e morreu em 1935, aos 76 anos.

A homenagem a Dreyfus ocorre em momento de crescente antissemitismo em todo o mundo por conta da guerra em Gaza, desencadeada com o ataque terrorista do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, em que 1.200 pessoas foram cruelmente massacradas e mais de 200 sequestradas.

Na França, 504 atos antissemitas foram relatados entre janeiro e maio deste ano, de acordo com dados do Ministério do Interior, em meio a um aumento "histórico" de incidentes de ódio aos judeus desde o ataque terrorista liderado pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.

A França abriga a terceira maior população judaica do mundo, depois de Israel e dos Estados Unidos.


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