23.07.25 | Mundo

“O Hamas está perto de um colapso total”, diz jornal

O grupo terrorista Hamas enfrenta a pior crise financeira e administrativa em seus quarenta anos de história e lida com sérios desafios para obter os recursos necessários para continuar lutando contra Israel e governando a Faixa de Gaza. É o que diz a matéria de Shira Rubin, do Washington Post, publicada no jornal O Estado de S.Paulo na segunda-feira (21).

O texto traz depoimentos de oficiais israelenses, especialistas, comerciantes palestinos de Gaza e fontes egípcias sobre a atual situação do Hamas diante da guerra com Israel e avalia que o grupo já perdeu 90% de sua liderança e 90% de seu estoque de armas ao longo do conflito e agora luta para manter seus combatentes, uma vez que enfrenta escassez de recursos para pagar salários.

De acordo com fontes israelenses, egípcias e palestinos críticos ao Hamas dentro de Gaza, a ala militar do grupo não consegue mais pagar adequadamente os salários de seus combatentes, dos funcionários da administração civil de Gaza, nem manter a maior parte dos serviços públicos no território palestino.

Para contornar a falta de recursos, segundo fontes militares israelenses, o grupo terrorista passou a confiscar e taxar a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

O ex-oficial de inteligência israelense Oded Ailam e oficiais atuais das Forças de Defesa de Israel (IDFs) afirmam que as capacidades militares do grupo estão sensivelmente restringidas, embora o Hamas ainda seja capaz de recrutar adolescentes para missões como vigiar ou colocar explosivos ao longo das rotas militares israelenses.

O grupo também não conseguiu substituir os túneis bem equipados e os centros de comando subterrâneos que as forças israelenses destruíram no conflito. Para Oded Ailam, atualmente o Hamas apenas sobrevive.

Ibrahim Madhoun, um analista de Gaza próximo ao Hamas, disse que o grupo não se preparou para mais de um ano de guerra e foi forçado a adotar medidas de austeridade, como cortar custos administrativos e salários, enquanto tentava manter alguns serviços básicos — por exemplo, criando comitês de emergência que fornecem serviços locais básicos, como coleta de lixo e gestão de combustível para geradores — e, assim, alguma aparência de autoridade governamental. Para compensar parte da lacuna, disse Madhoun, o Hamas também conta com os esforços da comunidade local e com a “forte rede social que ajuda a absorver os choques”.

Confisco de ajuda humanitária

No início da guerra, o Hamas contava com impostos cobrados sobre remessas comerciais e a apreensão de bens humanitários, de acordo com moradores de Gaza e autoridades israelenses e estrangeiras.

De acordo com um morador de Gaza que trabalhou na fronteira, funcionários do Hamas à paisana faziam inspeções rotineiras de mercadorias no posto de controle de Rafah, até o local ser fechado, no ano passado, e na passagem de Kerem Shalom, embora esta estivesse sob controle israelense. Eles também inspecionavam armazéns e mercados. A maioria dos palestinos citados na matéria falou sob condição de anonimato ou pediu que apenas seus primeiros nomes fossem usados, por medo de represálias do Hamas.

“O Hamas lucrou especialmente com a ajuda que não lhes custou nada, mas cujos preços eles aumentaram”, disse um empresário de Gaza que trabalhou nas passagens de fronteira de Gaza durante a guerra.

Ele disse que durante quase dois anos viu o Hamas cobrar rotineiramente 20.000 shekels (cerca de R$ 33 mil) dos comerciantes locais, ameaçando confiscar seus caminhões se eles não pagassem. Ele lembrou que funcionários do governo liderado pelo Hamas disseram várias vezes que o matariam ou o acusariam de traição se ele não cooperasse com suas exigências de desviar a ajuda. Ele disse que se recusou a acatar as ordens, mas revelou que conhecia pelo menos dois motoristas de caminhões de ajuda humanitária que, segundo ele, foram mortos pelo Hamas por se recusarem a pagar.

Leia mais em: https://www.estadao.com.br/internacional/o-hamas-esta-perto-da-falencia-veja-como-isso-pode-impactar-a-guerra-com-israel/


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