28.07.25 | Brasil

“Sem vergonha de ser antissemita”

Em artigo publicado no Zero Hora na sexta-feira (25), o jornalista Gabriel Sant'Ana Wainer comenta a decisão do governo brasileiro de retirar o País da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA) e afirma que “a história vai lembrar de Lula como o presidente brasileiro que não se constrangeu diante do próprio ódio ao povo judeu”. Segue a íntegra do texto:
Há momentos em que o silêncio deixa de ser prudência e passa a ser cumplicidade.
De forma discreta, sem comunicado oficial, o governo Lula retirou o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, organização composta por dezenas de países democráticos que combatem o negacionismo histórico e o antissemitismo em todas as suas formas.

Não se trata de uma entidade ligada a Israel. Trata-se de uma aliança em defesa da memória das vítimas do pior crime já cometido pela humanidade: o extermínio sistemático de 6 milhões de judeus durante o Holocausto — que não morreram por causa da guerra, morreram porque eram judeus. E é justamente por isso que a saída do Brasil é tão simbólica. Porque não tem a ver com diplomacia, tem a ver com covardia, com ódio e com a escolha deliberada de abandonar a civilização para servir a uma ideologia suja, negacionista e cúmplice do terror.
É evidente que o Itamaraty não explicou a decisão. Porque a explicação é constrangedora demais: o Brasil é hoje governado por um presidente que odeia Israel e despreza profundamente o povo judeu. Essa é a verdade que a comunidade judaica vem evitando dizer por prudência, mas que precisa ser escancarada: Lula é um antissemita contumaz.

Foi assim quando comparou Israel com os nazistas. Foi assim quando apoiou a ação da África do Sul em Haia. Foi assim quando seu próprio ministro da Defesa admitiu que uma licitação vencida por Israel foi ignorada porque “ganharam os judeus”. E agora é assim, ao romper com uma aliança que não tem relação com Gaza, mas que incomoda por seu compromisso inegociável com a verdade histórica e com a condenação do antissemitismo.
A frieza de Lula é abjeta. Ele se recusou a receber a família do refém brasileiro sequestrado pelo Hamas, mas abriu as portas de Brasília para terroristas. Chora por crianças palestinas — como todos devemos chorar — mas jamais dedicou uma lágrima às crianças israelenses degoladas em 7 de outubro. Não disse o nome do Hamas. Não chamou o terror de terror. Não ergueu a voz contra a barbárie porque não acredita que isso seja barbárie.
Lula não é neutro, não é moderado e definitivamente não é pacifista. Lula é um líder fraco, cínico e irresponsável, que escolhe se alinhar aos inimigos da liberdade, aos aliados do ódio e aos negacionistas da história. Ele não defende a paz, defende a narrativa que lhe convém, mesmo que isso custe a verdade, a memória e a dignidade de milhões de vítimas do maior massacre da era moderna.

A história vai lembrar de Lula como o presidente brasileiro que não se constrangeu diante do próprio ódio ao povo judeu. Um presidente que lavou as mãos diante do antissemitismo, que transformou a política externa brasileira num palanque de vergonha mundial, e que traiu, por ideologia, as vítimas, a memória e a própria decência.


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