05.08.25 | Brasil
Memorial do Holocausto e Fisesp lançam campanha contra o antissemitismo
Em resposta à escalada de manifestações antissemitas no Brasil e no mundo, o Memorial do Holocausto e a Federação Israelita do Estado de São Paulo lançam uma nova campanha de combate ao antissemitismo. A ação é protagonizada por sobreviventes do Holocausto que reconstruíram suas vidas no Brasil e hoje fazem um apelo comovente pela preservação dos valores democráticos e do respeito às diferenças.
Os vídeos foram dirigidos pelo cineasta Marcio Pitliuk, curador do Memorial do Holocausto e premiado documentarista, que deu voz a personagens reais da História. “Esses depoimentos não são apenas memória, são um alerta. Quando os sobreviventes dizem que estão vendo o antissemitismo ressurgir, o Brasil precisa escutar com atenção. Eles já viram esse filme antes”, afirma Pitliuk.
Entre os protagonistas estão Ariella Segre e Gabriel Waldman, que narram suas trajetórias de dor, superação e gratidão ao Brasil, mas também expressam profunda preocupação com os sinais crescentes de intolerância e desinformação. Os vídeos terminam com a mensagem direta: “Diga NÃO ao antissemitismo.”
A campanha é lançada em um momento delicado, em que o governo federal, por decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, retirou o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), organização que reúne países comprometidos com o combate ao antissemitismo e à negação da Shoá. A decisão gerou forte repercussão internacional e foi duramente criticada por lideranças judaicas no Brasil e no exterior.
“Esse é um momento crítico para reafirmarmos os valores que sustentam a democracia brasileira. O antissemitismo não pode ser minimizado, silenciado ou explorado politicamente. Dar voz aos sobreviventes é um gesto de responsabilidade histórica e social”, afirma Jairo Roizen, gerente de comunicação da Federação Israelita SP.
O lançamento ocorre sob a curadoria e supervisão do Rabino Toive Weitman, diretor executivo do Memorial do Holocausto. Para ele, a campanha é um antídoto contra a banalização do mal. “O Memorial existe para lembrar, educar e prevenir. Quando a sociedade naturaliza discursos de ódio, o passado deixa de ser passado. Esta campanha é um chamado à consciência coletiva”, destaca Weitman.
Os vídeos estão sendo veiculados nas redes sociais das instituições e devem integrar ações educativas e de mobilização pública em escolas, universidades e espaços comunitários ao longo do segundo semestre.
Assista, compartilhe, diga NÃO ao antissemitismo.