O presidente da Confederação Israelita do Brasil (CONIB), Claudio Lottenberg, e sua esposa, Ida, receberam na noite de quinta-feira (7) em sua casa, em São Paulo, o ex-refém Omer Shem Tov e seus pais, Shelly e Malki.

Omer foi sequestrado durante o festival de música Nova, em 7 de outubro de 2023, e passou 505 dias em cativeiro na Faixa de Gaza. Ele ficou conhecido internacionalmente ao ser fotografado vestindo a camisa da Seleção Brasileira no momento de seu sequestro, durante os ataques do Hamas a Israel.

Desde fevereiro de 2025, quando foi libertado, Omer percorre o mundo participando de eventos e encontros com líderes políticos para defender a causa daqueles que ainda permanecem em Gaza. Esta foi sua primeira visita ao Brasil após a libertação, marcada por momentos de forte emoção e solidariedade.

Omer relembrou detalhes dolorosos: o momento em que, ainda dançando no festival, ouviu os primeiros disparos de mísseis; quando foi levado para a Faixa de Gaza juntamente com Itay e Maya Regev,  os 50 dias que passou sozinho em uma cela minúscula e totalmente escura nos túneis de Gaza, sem poder se levantar e sobrevivendo com apenas um biscoito por dia. Ele também falou sobre como se tornou mais religioso e os milagres que o mantiveram vivo — como o fato de o apartamento onde estava ter sido o único a não ser destruído por uma explosão durante um ataque das Forças de Defesa de Israel (IDF).

Para Ida Lottenberg, recebê-lo foi um gesto de afeto e identificação: “Receber o Omer e sua família é como receber um parente. Acompanhamos o sofrimento desses pais e, como mãe e pai, não conseguimos medir a dor que viveram. É uma alegria vê-lo se recuperando, e torcemos para que esse seja o início de um novo sopro de vida após um trauma tão grande.”

Claudio Lottenberg reforçou que a história de Omer vai além das fronteiras e simboliza a luta contra o extremismo: “Não é apenas sobre a dor do povo judeu, mas sobre a defesa de todos os que prezam pela liberdade e pela vida. Não podemos aceitar que o terrorismo continue impune. Ao receber Omer, reafirmamos nosso compromisso de combater o antissemitismo, a banalização do Holocausto e de defender o direito do Estado de Israel viver em paz e segurança.”

Logo após o sequestro, seus pais Shelly e Malki se tornaram um dos pilares do Hostages and Missing Families Forum (Forum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos) , principal voz internacional pela libertação dos reféns.

“Obrigada por tudo o que vocês têm feito e por serem a nossa voz na diáspora. Vim falar com vocês porque isso me ajuda a lidar com o que passamos. Rezo para que esse pesadelo acabe”, disse Shelly Shem Tov com a voz embargada.

Com serenidade, Omer resumiu a força que o sustentou: “A fé me manteve firme. Sempre acreditei que voltaria para casa, mesmo sem saber como ou quando.” E encerrou o encontro com uma frase que emocionou a todos: “Eu sou Omer Shem Tov e sou um homem livre. Am Israel Chai!”