12.08.25 | Cultura
Série 'Churchill e a Guerra', da Netflix, traz imagens inéditas da luta do Reino Unido contra o nazismo
A Netflix está lançando a série 'Churchill e a Guerra', que usa IA para recriar voz do ex-estadista Winston Churchill, (1874-1965), que governou o Reino Unido de 1940 a 1945 e de 1951 a 1955.
A série retrata um momento da trajetória de Churchill à frente do Reino Unido e traz um grande acervo de imagens restauradas e colorizadas que mostram como o líder britânico conseguiu, com discursos inflamados e um tanto poéticos, mobilizar os britânicos contra a causa nazista, de acordo com matéria de Sylvia Colombo, publicada na Folha de S.Paulo de terça-feira (12).
O filme mostra imagens inéditas dos londrinos se abrigando nas estações de metrô e enfrentando dificuldades durante os 57 dias em que Londres e arredores foram alvos de bombardeios.
Entre os entrevistados para o documentário estão Boris Johnson (ex-premiê), George W. Bush (ex-presidente dos EUA) e historiadores e analistas, que não se recusam a afirmar que o legado de Churchill ainda está sob ameaça.
O documentário mostra como Churchill, diante do maior desafio de seu tempo, foi firme ao levantar o espírito dos britânicos para que se somassem a ele na confrontação com o nazismo e resistir a pressões internas para tentar negociar uma saída derrotista ante Hitler.
O uso da inteligência artificial na criação da voz de Churchill como narrador foi baseada em uma fonte de 11 milhões de palavras proferidas ou escritas por ele — historiadores afirmam que Churchill escreveu mais que Charles Dickens e William Shakespeare juntos. A voz envelhecida digitalmente soa como se viesse de um arquivo empoeirado, trazendo um resultado como se fosse o próprio Churchill que estivesse contando a sua história.
O momento coincide com acontecimentos atuais, como a ascensão da extrema direita na Europa e nos Estados Unidos, as intenções expansionistas da Rússia de Putin e o aumento do antissemitismo.
O documentário alerta para a importância de preservar a memória e serve como homenagem a um estadista que entendeu, como poucos, que a liberdade exige uma intransigência moral.