13.08.25 | Brasil
Relatório dos EUA sobre direitos humanos critica o aumento do antissemitismo no Brasil e cita posicionamento da CONIB
Relatório divulgado na terça-feira (12) pelo Departamento de Estado americano sobre abusos de direitos humanos aponta o aumento do antissemitismo no Brasil, critica as falas do presidente brasileiro sobre Israel e o conflito em Gaza e destaca o posicionamento da CONIB, que classificou como "infundadas" as declarações de Lula ao comparar o "Holocausto à defesa do Estado de Israel contra o grupo terrorista Hamas", segundo noticiou a CNN Brasil.
O documento também cita o relatório da CONIB-Fisesp-DSC sobre o aumento do antissemitismo no Brasil que registrou 886 casos em 2024, um aumento de seis vezes sobre o mesmo período de 2023. E cita trecho de nota em que a CONIB afirma que o governo brasileiro adotou uma "postura extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Oriente Médio".
O relatório lembra que, em fevereiro de 2024, Lula classificou a ação israelense em Gaza como “genocídio” e comparou a situação na região ao Holocausto promovido pelo regime nazista. "Após a resposta militar de Israel em Gaza aos ataques terroristas do Hamas em outubro de 2023, em 18 de fevereiro, o presidente Lula da Silva declarou que 'o que está acontecendo na Faixa de Gaza... é um genocídio'. No discurso, ele comparou o que estava acontecendo em Gaza ao que ocorreu 'quando Hitler decidiu matar os judeus'".
O relatório lembra ainda que em outubro do ano passado a "Operação Overlord", do Ministério Público de Santa Catarina, prendeu quatro supostos integrantes de um grupo neonazista, e cita matéria da CNN Brasil.
"Segundo a CNN Brasil, a operação teve como objetivo combater o antissemitismo e o discurso de ódio, além de impedir o planejamento de atos violentos", diz o documento.
O Itamaraty não comentou o relatório americano. Segundo a CNN, afirmou apenas que está ciente do relatório e analisando o documento para posteriormente se manifestar.
O relatório do governo americano, que é divulgado anualmente, elevou o tom ao criticar a situação dos direitos humanos no Brasil em 2024, destoando do relatório de 2023, que não apontou mudanças significativas.