O Paraguai anunciou que vai criar um centro antiterrorismo, com agentes treinados pelo FBI (Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos), para reunir informações sobre a presença do Hezbollah na Tríplice Fronteira com o Brasil e a Argentina.

O ministro do Interior do Paraguai, Enrique Riera, disse em entrevista à CNN que a unidade será instalada em Assunção, com 15 policiais formados pelo FBI e que haverá uma base no lado paraguaio da Tríplice Fronteira.

“Nós declaramos o Hezbollah como uma organização terrorista, e não somente os homens armados, como todos os membros do grupo”, afirmou Riera, que disse que o centro antiterrorismo também atuará contra o crime organizado e que estreitará os contatos com os ministérios da Justiça do Brasil e da Argentina. “O terrorismo e o crime organizado estão ligados, um financia o outro”, destacou o ministro.

O acordo prevê a troca de informações entre os países, com garantia de confidencialidade dos dados compartilhados e inclui uma agenda antiterrorismo, mas sem nomear especificamente nenhuma organização.

Do lado brasileiro, segundo integrantes do Ministério da Justiça e da Polícia Federal, o centro de inteligência funciona em Foz do Iguaçu (PR), com coordenação da PF, que, a partir dessa iniciativa paraguaia, compartilhará informações com Argentina e Paraguai sobre o crime organizado.

Os focos, segundo investigadores, são: combate a facções, lavagem de dinheiro do crime e terrorismo. O acordo foi renovado em maio pelas autoridades por entenderem que o crime organizado não é mais o mesmo, e que se tornou transnacional.

Os agentes paraguaios também estão recebendo treinamento dos Carabineros do Chile e da polícia colombiana, segundo afirmou o ministro.

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em maio uma recompensa de até US$ 10 milhões para quem fornecer informações que levem ao bloqueio das operações financeiras do Hezbollah na região da Tríplice Fronteira.

A iniciativa faz parte do programa Rewards for Justice, administrado pelo Departamento de Estado americano, que busca enfraquecer o financiamento de organizações terroristas com atuação internacional.