19.08.25 | Cultura
'A IA inventará novas estratégias militares, moedas e até religiões', prevê historiador israelense
O historiador israelense Yuval Harari, autor de Sapiens e de 21 Lições para o Século 21, considera a inteligência artificial como uma 'inteligência alienígena', não humana nem orgânica, capaz de agir de forma independente. “Muito em breve, a IA inventará novas estratégias militares, novos tipos de moedas e até ideologias e religiões inteiras”, disse ele, que esteve no domingo (17) no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, segundo noticiou o site Exame.
Em palestra prévia ao festival São Paulo Beyond Business (SP2B), Harari alertou que a inteligência artificial deve se tornar um novo ator político.
Ele relacionou os avanços tecnológicos ao cenário internacional, afirmando que a ordem liberal está em colapso, que guerras de conquista voltaram a ser aceitas e que líderes como Donald Trump, Vladimir Putin, Xi Jinping e Elon Musk concentram hoje as “cartas” do poder global.
“O que quero discutir hoje é o poder de moldar o mundo e o futuro — o de vocês, como líderes e inovadores, e o da espécie humana como um todo. A grande questão é se a IA está tirando da humanidade o controle sobre o futuro ou se, ao contrário, está dando mais poder do que nunca”, questionou.
Antes de falar sobre IA, Harari disse que era preciso tratar de política. Segundo ele, a ordem relativamente estável e liberal que marcou parte do século XXI entrou em colapso.
Para ele, Donald Trump é um exemplo dessa mudança. “Líderes como o presidente Trump veem o mundo como um conjunto de fortalezas, com cada país separado dos outros por muros altos. Muros financeiros, como tarifas, muros militares, muros culturais… e muros físicos.”
A consequência, observou, é conhecida pela história. “Durante milênios, a visão do mundo como um conjunto de fortalezas sempre levou exatamente ao mesmo resultado: um ciclo interminável de guerras, com impérios poderosos conquistando vizinhos mais fracos e eventualmente lutando entre si pela supremacia.”