16.09.25 | Mundo
Pesquisa da ADL revela que ¾ dos estudantes judeus em todo o mundo escondem suas identidades por medo
Pesquisa divulgada nesta terça (16) pela Liga Antidifamação (ADL), com a qual a CONIB tem parceria, e pela União Mundial de Estudantes Judeus (WUJS) revela que mais de três quartos dos estudantes judeus em todo o mundo escondem suas identidades por medo de sofrerem preconceito, ameaças ou agressões físicas, diante do aumento dos casos de antissemitismo nos campi universitários, de acordo com matéria divulgada no Times of Israel.
A pesquisa, feita com 1.727 estudantes em mais de 60 países realizada durante o ano acadêmico de 2024-2025, revela que cerca de 78% dos estudantes judeus agora escondem sua identidade religiosa e 81% omitem sua identidade sionista no campus.
Os resultados confirmam dados sobre uma crescente cultura de medo e intimidação em instituições de ensino desde o início da guerra de Gaza, decorrente dos ataques terroristas do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023. Uma pesquisa recente da B'nai B'rith International e da União Europeia de Estudantes Judeus constatou que narrativas antissemitas e anti-Israel se tornaram frequentes e até aceitas em campi por toda a Europa. Nos EUA, 83% dos estudantes universitários judeus americanos vivenciaram ou testemunharam antissemitismo desde 7 de outubro, segundo a ADL.
“Estamos consternados e decepcionados com os resultados desta pesquisa, mas não surpresos”, disse o presidente da WUJS, Josh Cohen.
A pesquisa comprovou a existência de uma população global de estudantes judeus assustada e isolada. Um em cada três entrevistados afirmou conhecer colegas judeus que foram ameaçados, e quase um em cada cinco conhecia colegas que foram agredidos fisicamente. Estudantes judeus ortodoxos relataram o dobro da taxa de discriminação em comparação com outros estudantes, enquanto um número maior de mulheres judias admitiam a ocultar sua identidade.
A ADL e a WUJS pediram às universidades que adotem e implementem a definição de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA) e indiquem coordenadores para combater o antissemitismo e apoiar estudantes, funcionários e docentes judeus e israelenses. Também sugeriram a realização de pesquisas frequentes para avaliar a situação no campus, implementar programas de treinamento e oferecer políticas claras e acessíveis de respeito às diferentes religiões.
“Esta pesquisa expõe uma realidade devastadora: estudantes judeus em todo o mundo estão sendo forçados a esconder aspectos fundamentais de sua identidade apenas para se sentirem seguros no campus”, disse Marina Rosenberg, vice-presidente sênior de relações internacionais da ADL.
"Quando mais de três quartos dos estudantes judeus sentem que precisam ocultar sua identidade religiosa e sionista para sua própria segurança, a situação é simplesmente terrível. Com o início do ano letivo, esses dados fornecem insights essenciais para orientar a liderança universitária a enfrentar de frente esta crise no campus", pontuou.