16.09.25 | Mundo
Alemanha declara “guerra a todas as formas de antissemitismo”
O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, declarou “guerra ao antissemitismo” durante a reinauguração de uma sinagoga restaurada em Munique, no sul da Alemanha, na segunda-feira (15). “A partir de agora, declaro, em nome de todo o governo da República Federal da Alemanha, guerra a todas as formas de antissemitismo na Alemanha, antigas ou novas”, disse Merz, ao destacar que “todas as medidas necessárias” para isso serão adotadas, “seja na política, em matéria de direito penal e de qualquer forma legislativa”.
Merz lembrou que a inauguração da sinagoga há 94 anos, em 5 de setembro de 1931, ocorreu já então “nas circunstâncias mais adversas” e que durante “sete curtos anos”, até ser profanada e vandalizada por uma multidão em 1938, foi um local de vida, culto e oração judaicos. A sinagoga, segundo afirmou, só foi poupada de ser incendiada por nazistas por receio de o fogo atingir casas vizinhas de “não judeus”.
Ele advertiu que o antissemitismo não será tolerado “sob o manto de uma suposta liberdade artística, cultural ou científica”.
Merz se emocionou ao se referir em seu discurso à vida da escritora e jornalista Rachel Salamander, filha de sobreviventes do Holocausto presente na sinagoga de Munique.
Ele lamentou que, desde o ataque terrorista do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, os judeus vivam sob “uma nova onda de antissemitismo flagrante e mal dissimulado, em palavras e em ações, nas redes sociais, nas universidades e nos espaços públicos”.
Merz se declarou envergonhado e disse que ainda se sente perplexo com o fato de que na Alemanha alguns ainda celebram “o maior assassinato de judeus desde o Holocausto, um ato monstruoso e bárbaro”.
O chanceler alemão destacou que, em 7 de outubro de 2023, ficou claro que, por muito tempo, a política e a sociedade fecharam os olhos para o fato de que algumas das pessoas que chegaram à Alemanha nas últimas décadas foram socializadas em países “onde o antissemitismo é praticamente uma doutrina de Estado e o ódio a Israel é ensinado desde a infância”.