08.10.25 | Mundo
“Quando a história sangra: reflexões sobre o 7 de outubro”
Artigo de Jáder Tachlitsky no JC.UOL aborda as atrocidades cometidas pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 e analisa o histórico de violência do grupo terrorista. “Que o 7 de outubro de 2025 seja uma data de reflexão e de compromisso: nunca mais deixar que o terror determine o destino de israelenses e palestinos”. Leia a seguir a íntegra do texto:
Dois anos se passaram desde aquele amanhecer do 7 de outubro de 2023, data que ficará marcada como a mais sombria da história de Israel. Relembrar os fatos não é apenas um exercício de memória; é uma necessidade para compreender os rumos da guerra, suas consequências e, sobretudo, as possibilidades de paz.
Gaza: uma esperança frustrada
Em 2005, Israel retirou-se integralmente da Faixa de Gaza, levando consigo tropas e civis. A expectativa era de que esse território se transformasse em um laboratório de governança da Autoridade Palestina.
Que seria viável a criação de um estado palestino convivendo em paz com o estado judeu. Porém, no ano seguinte, as eleições deram vitória ao Hamas, grupo que nunca escondeu seu objetivo: a destruição do Estado de Israel.
Seguiu-se, em 2007, um golpe do Hamas, marcado por execuções e perseguições, consolidando o grupo como autoridade única em Gaza. Desde então, o território deixou de ser promessa de paz para se tornar plataforma de foguetes e atentados.
O Hamas e sua lógica de terror
Fundado em 1987, o Hamas é um grupo fundamentalista islâmico que aplica a sharia de forma brutal, subjuga a própria população e usa civis como escudos humanos. Homofobia, misoginia e violência política fazem parte de sua cartilha. Sua carta fundacional não deixa dúvidas. Prega a aniquilação de Israel e a morte de seus cidadãos.
A véspera da tragédia
Na véspera do ataque, em 6 de outubro de 2023, a aparência era de relativa calmaria. Palestinos cruzavam diariamente para trabalhar em Israel; hospitais israelenses recebiam pacientes vindos de Gaza; caminhões de alimentos e recursos entravam no território. Parecia haver uma rotina possível, ainda que frágil.
O 7 de outubro
A madrugada seguinte mudou tudo. Durante o feriado judaico de Simchat Torá, Israel foi surpreendido por uma ofensiva sem precedentes: ataques por terra, mar e ar. O massacre mirou deliberadamente civis: homens e mulheres, idosos, crianças e até bebês. Pessoas foram queimadas vivas, mulheres estupradas, famílias despedaçadas diante de seus próprios olhos.
O festival de música, que reunia jovens em clima de celebração, transformou-se em cenário de chacina. Tudo documentado, em clima de euforia, pelos próprios algozes.
Foram mais de 1.200 mortos, centenas de feridos e 250 sequestrados. Um banho de sangue que se tornou o maior massacre de judeus em um único dia desde o Holocausto. Pessoas de outras nacionalidades, israelenses de outras confissões, também foram vítimas da sanha assassina.
A guerra e sua distorção internacional
A resposta de Israel inaugurou uma guerra que já completa dois anos. O Hamas, protegido em túneis subterrâneos, transformou escolas, hospitais, mesquitas e residências em bases estratégicas, transformando sua própria população em escudos humanos. A morte de civis passou a ser usada como arma de propaganda.
A comunidade internacional, muitas vezes, repetiu como verdade números e versões fornecidas pelo grupo terrorista. Mortes de combatentes foram anunciadas como de civis; mortes naturais foram somadas às estatísticas da guerra. Essa manipulação não apenas distorceu a realidade, como também reavivou preconceitos antigos. O antissemitismo explodiu em discursos e ataques contra judeus e instituições judaicas ao redor do mundo.