03.11.25 | Mundo
Israel marca os 30 anos da morte de Yitzhak Rabin
Cerca de 150 mil pessoas se reuniram nesta segunda-feira (3) na Praça Rabin, em Tel Aviv, para marcar o 30º aniversário da morte do ex-primeiro-ministro Yitzhak Rabin, assassinado em 4 de novembro de 1995 por um extremista de direita.
Líder militar icônico, Rabin fez parte da geração fundadora de Israel, serviu como primeiro-ministro de 1974 a 1977 e de 1992 até seu assassinato em 1995. Líder do Partido Trabalhista, ele assinou os históricos Acordos de Oslo com o líder da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Arafat, em 1993, dando início a um processo de paz que ficou registrado na icônica foto dos dois com o então presidente americano Bill Clinton. Embora o acordo tenha despertado esperança em muitos israelenses e palestinos que viam uma pequena luz no fim do túnel para o conflito, a iniciativa também desencadeou uma onda de violência e ódio tanto entre setores radicais da direita israelense quanto entre o grupo terrorista Hamas.
As homenagens a Rabin começaram com a multidão cantando "Uma Canção para a Paz", a música que o primeiro-ministro cantou pouco antes de ser assassinado a tiros em 1995, segundo noticiou o Times of Israel.
Líderes políticos e autoridades falaram no evento, exaltando o legado de Rabin e seu empenho pela convivência pacífica entre israelenses e palestinos.
O líder da oposição, Yair Lapid, do partido de centro-esquerda Yesh Atid, alertou que as forças de extrema-direita estão “distorcendo a própria essência do judaísmo”. “Estão transformando o judaísmo em violência, assassinato, ódio interno, algo que nos divide”. Lapid criticou os que "distorcem o judaísmo e o transformam em política de ódio e violência”.
Os oradores usaram o palco para reivindicar uma série de objetivos, desde a paz e a unidade nacional até a luta contínua pela libertação de todos os reféns mortos em Gaza e uma ampla investigação sobre o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. Outros destacaram o exemplo e o legado de Rabin.
Gadi Mozes, que foi mantido refém em Gaza por mais de um ano, fez um discurso emocionado: “Se Yitzhak Rabin fosse primeiro-ministro hoje, ninguém teria sido deixado para trás”, disse ele. “Ele não teria desistido de nós, os reféns, por dois anos. Ele não teria descansado até que todos fossem trazidos para casa.”