87 anos da “Noite dos Cristais Quebrados”: o som do ódio que ecoou na história - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.

04.11.25 | Mundo

87 anos da “Noite dos Cristais Quebrados”: o som do ódio que ecoou na história

A CONIB vai marcar a “Noite dos Cristais Quebrados” – Kristallnacht –, em parceria com o Memorial do Holocausto SP, com ato no encerramento de sua 56ª Convenção anual no domingo (9) no clube Hebraica.

Na noite de 9 para 10 de novembro de 1938, o silêncio das ruas da Alemanha e da Áustria foi rompido por um barulho sinistro: o estilhaçar de vidraças, o crepitar de sinagogas em chamas, os gritos de famílias aterrorizadas. Foi a Kristallnacht, a “Noite dos Cristais Quebrados” — quando casas, lojas e templos judaicos foram invadidos, incendiados e destruídos pela fúria antissemita.

Dois dias antes, um jovem judeu de apenas 17 anos, Herschel Grynszpan, havia reagido ao desespero de ver sua família expulsa da Alemanha e assassinou o diplomata alemão Ernst von Rath em Paris. O regime nazista usou o episódio como pretexto para a vingança — e o que se seguiu foi uma explosão de ódio orquestrada pelo próprio Estado.

Milhares de judeus foram presos, torturados, assassinados ou deportados para campos de concentração. A Kristallnacht marcou o início do Holocausto, que acabaria por exterminar seis milhões de judeus em toda a Europa.

Mas o caminho até ali já vinha sendo pavimentado desde 1933, quando Hitler assumiu o poder e convocou o boicote a comércios judaicos. Pouco a pouco, a exclusão ganhou forma:

- Em 1935, a “Legislação Racista de Nuremberg” retirou direitos e cidadania dos judeus;

- Em 1938, as crianças foram expulsas das escolas e o patrimônio judaico, confiscado;

- Em 1939, o próprio nome passou a ser controlado — “Israel” para homens, “Sarah” para mulheres —, como se até a identidade de um povo pudesse ser padronizada.

Enquanto o mundo assistia em silêncio, o ódio virava política de Estado, e o preconceito, lei.

Hoje, 87 anos depois, lembrar a Noite dos Cristais Quebrados é mais do que recordar — é reafirmar o compromisso com a memória, com a verdade e com a luta contra qualquer forma de intolerância. Porque o som dos cristais quebrados ainda ecoa — como um alerta que a humanidade não pode ignorar.


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