07.11.25 | Mundo
França busca corrigir injustiça histórica e promove militar judeu Alfred Dreyfus, vítima de antissemitismo
O Parlamento francês aprovou por unanimidade, nesta quinta-feira (6), a promoção “ao posto de general de brigada” para Alfred Dreyfus, decisão que busca corrigir injustiça histórica que condenou o militar judeu, 130 anos atrás, por supostamente espionar para a Alemanha.
"Este gesto é simbólico, mas é mais do que um símbolo. Responde a uma injustiça de mais de um século. Trata-se de devolver a Dreyfus o que ele não pôde obter em vida", disse a vice-ministra da Defesa, Alice Rufo, segundo noticiou a Agência France Presse.
Em 1894, o então capitão Dreyfus foi condenado ao exílio na Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, por traição, com base em acusações falsas alimentadas pelo antissemitismo profundamente arraigado na Europa no fim do século XIX.
Em 1906, o Tribunal de Cassação o declarou inocente e determinou a sua imediata reincorporação ao exército. Posteriormente, uma lei o nomeou chefe de esquadrão, com efeito vigente no dia desta promulgação.
A medida, porém, equivalia a uma "injustiça" porque interrompia sua carreira em cinco anos de ascensão. Dreyfus solicitou em vão uma revisão da medida e acabou abandonando o exército em 1907, antes de voltar a servir durante a Primeira Guerra Mundial.
Em 2006, o então presidente Jacques Chirac reconheceu que não se fez a devida justiça com o militar e, em meados de 2024, o atual mandatário, Emmanuel Macron, instituiu o dia 12 de julho como Dia Nacional da Reabilitação de Dreyfus.