01.07.22 | Mundo
Comunidade judaica argentina lembra ataque à AMIA, pede justiça e reafirma compromisso com memória
Reunida nesta segunda-feira (18) na mesma hora, data e local – Rua Pasteur, 633 – do pior atentado terrorista na Argentina, a comunidade judaica argentina lembrou o ataque à AMIA, homenageou as vítimas, reafirmou seu apelo por justiça e seu compromisso com a memória. Em 18 de julho de 1994, às 9h53, uma forte explosão destruiu a sede da organização judaica AMIA, em Buenos Aires, matando 85 pessoas e deixando mais de 300 feridos.
Ex-funcionários iranianos foram apontados como responsáveis pelo ataque, mas até hoje nenhum foi preso, ou levado a julgamento.
O presidente da AMIA, Amos Linetzky, falou na abertura do evento, reafirmando o apelo por justiça e destacando as preocupações da comunidade judaica com recentes acontecimentos, como a presença de avião venezuelano-iraniano, apreendido no aeroporto de Ezeiza, e com a participação em evento na Nicarágua do iraniano Mohsen Rezai, um dos acusados de envolvimento no atentado à AMIA.
Linetzky destacou que ficou clara a responsabilidade de altos funcionários do governo iraniano à época, assim como de membros do grupo terrorista Hezbollah no atentado. Disse que essas pessoas têm mandados de prisão da Interpol e já deveriam ter sido presas.
Linetzky disse ainda que o caso AMIA é um dos episódios mais vergonhosos da história argentina e uma das grandes dívidas do país com a comunidade judaica.
Leia mais em: https://www.amia.org.ar/2022/07/18/acto-central-28-anos-2/
A Delegação das Associações Israelitas Argentinas (DAIA) prestou homenagem às 85 vítimas e aos mais de 300 feridos no ataque à AMIA. A entidade representativa da comunidade judaica argentina reiterou seu compromisso de continuar lutando incansavelmente pela memória das vítimas. As instituições da democracia devem às vítimas, às entidades atacadas pelo terrorismo fundamentalista e à sociedade como um todo, diz um comunicado da DAIA.
A recente apreensão de um avião da empresa venezuelana Emtrasur, ligada à companhia iraniana Mahan Air, sancionada pelos Estados Unidos por suas ligações com atividades terroristas, é consequência da impunidade de mais de 30 anos, desde o primeiro atentado terrorista na Argentina contra a embaixada israelense em Buenos Aires, em 17 de março de 1992. Vinte e nove pessoas morreram nesse ataque e 242 ficaram feridas.
Desde que tomou conhecimento da presença da aeronave, a DAIA vem manifestando a sua profunda preocupação com o nível de vulnerabilidade e os riscos dessa presença no continente. Para a DAIA, a busca da verdade e da justiça são objetivos inegociáveis. Depois de dois atentados terroristas na Argentina, a DAIA considera preocupante a presença desse avião no país e defende que os poderes do Estado devem adotar medidas para garantir a segurança da sociedade.
“É essencial que este caso e os crimes ainda impunes em que o Irã está envolvido sejam esclarecidos para evitar novas tragédias. Temos memória. Exigimos justiça”, diz o comunicado da DAIA.