04.12.23 | Mundo

“A mulher que peitou o Hamas”

Matéria da advogada, escritora e dramaturga Becky S. Korich, sob o título acima, na Folha de S.Paulo, destaca a postura da israelense Rimon Kirst, de 36 anos, que depois de ter ficado 50 dias em poder dos sequestradores do Hamas, se recusou a participar do teatro armado pelos terroristas ao ser entregue à Cruz Vermelha. Diz a matéria:

Ela não acenou para os terroristas, não deu o sorriso amarelo, não se deixou abraçar, como fizeram alguns reféns desnorteados depois de sair do inferno. Pérfidos e terroristas até o fim, os militantes do Hamas têm explorado a entrega dos reféns para se apresentarem como "bons anfitriões" e criar um clima de ‘volta de férias’ dos reféns.

No momento em que estava sendo solta, Rimon se esquivou de qualquer contato físico com o terrorista, que recuou. Seu não foi NÃO. Ela parou diante dele, falou algumas palavras e encarou com firmeza o fundo dos seus olhos. Por alguns instantes, embora ostentasse uma metralhadora, o terrorista se desarmou.

Essa imagem, diz ainda o texto, fala por todas as mulheres estupradas, forçadas a desfilar nuas, ensanguentadas, cuspidas, mortas, que não tiveram a chance de se defender. Fala pelas mulheres do mundo que sofrem violências; mulheres que não conseguem se livrar de relacionamentos insalubres e ambivalentes; mulheres que diariamente são ameaçadas física e psicologicamente. Fala por todas as mulheres que são reféns das suas guerras individuais, que não conseguem enxergar a luz no fim dos túneis em que estão confinadas.

Rimon foi libertada em 28 de novembro, um dia antes do Dia Internacional das Mulheres Defensoras dos Direitos Humanos marcado pela ONU. A mesma ONU que por tanto tempo permaneceu calada diante dos crimes de gênero cometidos pelo Hamas. A justificativa: as evidências não eram sólidas. Esse tipo de posicionamento vindo de uma organização tão representativa produz consequências de longo alcance, fragilizando ainda mais as vítimas desses crimes, dissuadindo-as de procurar ajuda, perpetuando o medo e isolamento.


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