18.03.24 | Mundo

“É o Hamas, e não Israel, que apoia Hitler”, diz pesquisador

Em artigo em O Globo, o jornalista e pesquisador Ben-Dror Yemini, autor de “A indústria de mentiras”, afirma que é o Hamas, e não Israel, que apoia Hitler. E envia uma mensagem ao presidente Lula: “O senhor deveria saber que a propagação de mentiras não é caminho para a paz; ao contrário, só perpetua o conflito”. Segue a íntegra do artigo:

Olá, presidente do Brasil, Lula da Silva. Antes de irmos às comparações, como a que o senhor fez entre Israel e os nazistas, convém examinar os fatos. Como presidente de um país tão grande e importante, o senhor deveria saber que a propagação de mentiras não é caminho para a paz; ao contrário, só perpetua o conflito.

Um líder do Hamas, Yunis al-Astal, anunciou no canal de televisão Al-Aqsa que “nós conquistaremos Roma e [...] as duas Américas”. “Nós” é o Hamas, com outras organizações jihadistas. Quando eles chegarem, presidente, o senhor terá a oportunidade de conhecê-los de perto. Nós já tivemos essa experiência. É desagradável. Em 2012, o Dr. Subhi al-Yaziji, um decano da Universidade Islâmica de Gaza, declarou no mesmo canal:

Mahmoud al-Zahar, integrante da cúpula do Hamas, disse no canal de televisão iemenita controlado pelos houthis:

— O exército de Jerusalém não libertará somente as terras da Palestina. Os 512 milhões de quilômetros quadrados da Terra serão submetidos a um sistema de poder sem o sionismo e sem o cristianismo traidor.

Mais Estado Islâmico que o Estado Islâmico. Sim, ilustre presidente, ele quer “libertar” o Brasil também. E, dado que o senhor falou de Hitler, o livro dele, “Mein Kampf”, é popular na Faixa de Gaza. Outro livro distribuído ali é “O fim dos judeus”, que clama pela continuação do que os nazistas fizeram, o extermínio dos judeus.

Várias transmissões do Hamas pedem a “morte dos judeus e dos cristãos, até o último deles”. O clérigo islâmico Yusuf al-Qaradawi convocou os muçulmanos, em discurso transmitido pela Al Jazeera, para “concluir o trabalho de Hitler”, exterminar os judeus. Em visita a Gaza em 2013, ele pregou a eliminação do Estado de Israel. Qaradawi era o líder espiritual e intelectual da Irmandade Muçulmana, a que pertence o Hamas.

O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou que “é excelente que os judeus estejam se concentrando em Israel, porque assim não haverá necessidade de persegui-los pelo mundo, e a solução final e completa será executada em solo israelense”.

Em manifestações do Hamas, agitam-se bandeiras com suásticas. Programas infantis no canal do Hamas ensinam que o ideal do grupo é a aniquilação dos judeus.

A comunidade internacional, por meio do Quarteto (Estados Unidos, União Europeia, Rússia e ONU), propôs algumas vezes ao Hamas “reabilitação em troca da desmilitarização”. Fim do bloqueio, investimentos vultosos para que Gaza se torne uma Cingapura. Mas os líderes do Hamas recusaram as ofertas, preferindo o terrorismo à prosperidade.

Os judeus são muito sensíveis à propagação de mentiras. Os nazistas as difundiam na Alemanha dos anos 1930. Eles transformaram os judeus num povo perigoso, embora nenhum judeu se tivesse insurgido contra o país. Era racismo. Era antissemitismo. E as palavras se materializaram em atos. A propaganda levou à aniquilação. Então, sim, estamos furiosos não só com o Hamas, mas também com aqueles que invertem a realidade. Eles dão proteção à organização mais nazista desde que a Alemanha nazista foi derrotada e, como naqueles tempos sombrios, culpam os judeus. Nenhuma nação merece passar por tal experiência.

Então, o que o senhor diz? O senhor estava confuso? Afinal, Israel está apenas se defendendo contra o grupo terrorista Hamas, cujo objetivo declarado é exterminar os judeus, destruir os cristãos e conquistar o mundo. Sim, há nazistas no conflito entre o Hamas e a Jihad de um lado e Israel e o mundo livre do outro. Se o senhor tiver algum autorrespeito e respeito pela verdade, permita-nos indagar:

— O senhor realmente escolhe o lado dos nazistas?

Esses são os fatos. O senhor ainda pode dizer “eu estava errado” e se retratar.


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