22.04.24 | Datas
Como esta noite de Pessach será diferente de todas as noites? Confira sugestões de práticas e rituais para lembrar as vítimas e reféns do 7/10
Em artigo publicado originalmente no Jewish Telegraphic Agency (JTA), o editor de audiências Jacob Gurvis elenca uma série de novos símbolos e rituais que estarão nos jantares de Pessach neste ano para lembrar os ataques do 7 de outubro e a guerra contra o Hamas. Confira:
Espelhos. A Rabanit Leah Sarna, rabina e educadora no Drisha Institute for Jewish Education (Nova York, EUA) sugere que espelhos sejam trazidos à mesa do seder para incentivar que os participantes se conectem com mulheres israelitas do passado. Segundo a tradição judaica, essas mulheres usavam espelhos como forma de empoderamento depois de enfrentarem violências sexuais. “Relembremos o sofrimento e resistência históricos de mulheres judias no passado e no presente, e esperamos e rezamos para que a cura também seja encontrada por nossos irmãos e irmãs que estão sendo torturados em casa hoje”, diz o material preparado por Sarna.
Flores. A Jewish Women International (JWI), uma organização americana de prevenção e combate à violência doméstica e sexual, sugere que flores sejam colocadas sobre a keará (o prato tradicional de Pessach), como “uma forma de expressar solidariedade às mulheres israelenses, para honrar a memória daquelas que perdemos nas mãos do Hamas e outros terroristas, para dar esperança às que sobreviveram, e para compartilhar nossa força com aquelas que ainda estão em cativeiro”.
Romã. Tradicionalmente associada a Rosh Hashaná (o ano novo judaico), a romã pode ser símbolo de apoio às mulheres israelenses. Essa é a sugestão do portal Adara Rituals, site que compartilha práticas e reflexões sobre o Feminino no Judaísmo.
Lugar vazio à mesa. O ato simbólico de deixar uma cadeira a mais no seder de Pessach não é algo novo. O ritual já foi utilizado para lembrar a comunidade judaica da antiga União Soviética, quando o regime impedia que judeus emigrassem para Israel. Segundo a reportagem do JTA, a prática este ano pode representar a ausência dos 133 reféns que seguem em cativeiro no Hamas. O texto também menciona que vestir-se de amarelo ou colocar um laço da mesma cor à mesa pode ser uma forma de lembrar os reféns.
Menos matzá. O rabino Elie Kaunfer sugere que ao invés de adicionar novos símbolos, as famílias possam retirar da mesa uma quantidade de matzá, de modo que se faça visível a sensação de ausência. “Com mais de 130 pessoas do nosso povo literalmente em cativeiro, o choque de ver menos matzá à mesa quando estamos acostumados a ver muito, é apropriado”, escreveu em um outro artigo publicado no JTA.
O texto também traz uma série de links para materiais complementares ao roteiro típico do seder de Pessach, ressignificando passagens rituais do jantar e adicionando interpretações ligadas ao momento presente. Confira o artigo completo, em inglês, no site da Jewish Telegraphic Agency.