07.08.24 | Mundo
Atletas e autoridades homenageiam em Paris israelenses mortos em atentado nos Jogos Olímpicos de Munique
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, atletas e autoridades israelenses e do Comitê Olímpico Internacional (COI) prestaram homenagem, nesta terça-feira (6), aos membros da equipe olímpica de Israel mortos no atentado terrorista durante os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, de acordo com matéria de Elizabeth Pineau, na Folha de S.Paulo.
"O dia 5 de setembro de 1972 é o dia mais sombrio da história olímpica", disse o presidente do COI, Thomas Bach, durante a cerimônia realizada na embaixada de Israel. "Tudo foi destruído com o horrível ataque terrorista à equipe olímpica de Israel há 52 anos", pontuou.
"A dor permanece eterna", disse o presidente de Israel, Isaac Herzog, por videoconferência. "Nunca esquecerei as lágrimas, o choque. Os Jogos Olímpicos, que representavam alegria, se transformaram em tragédia”, destacou
Na madrugada do dia 5 de setembro de 1972, oito terroristas do grupo palestino Setembro Negro invadiram o alojamento dos atletas israelenses em Munique e mataram dois esportistas. Três membros da delegação conseguiram escapar, mas nove foram tomados como reféns pelos terroristas, que se identificaram como membros do grupo Setembro Negro - o nome faz referência ao mês dos sangrentos conflitos entre o Exército da Jordânia e membros da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em 1970.
Os terroristas na Vila Olímpica exigiam um avião e a libertação de 200 palestinos das prisões em Israel, reivindicação rejeitada pela então primeira-ministra israelense, Golda Meir.
As forças de segurança alemãs tentaram negociar um acordo, mas os terroristas não aceitaram o pagamento de um resgate, nem a proposta do secretário do Interior da Baviera, que se ofereceu como refém em troca dos atletas. Eles insistiram na libertação dos presos palestinos.
Quando o atentado ocorreu, os Jogos Olímpicos de Munique de 1972 já estavam na segunda semana. O Comitê Olímpico Organizador da Alemanha havia relaxado na segurança, para evitar uma ideia de militarização nas cidades alemãs. O Comitê não queria repetir a imagem deixada nos Jogos Olímpicos de Berlim de 1936, quando o ditador nazista Adolf Hitler a usou em seu benefício.
Enquanto amanhecia, um grupo de agentes da polícia alemã se aproximaram do prédio pelo telhado. Contudo, todos os quartos tinham televisão e a luz não havia sido cortada. Assim, pela TV, os terroristas viram a chegada dos policiais e exigiram sua retirada, que foi prontamente atendida para evitar retaliações contra os reféns. Os negociadores então pediram para falar com alguns reféns. Kehat Shorr e Andre Spitzer se aproximaram da janela, mas com armas apontadas para eles, não puderam responder muita coisa. E pelo que se podia ver naquele momento, alguns reféns apresentavam marcas de agressões físicas.
Após várias tentativas fracassadas de negociação, os terroristas e os reféns chegaram ao aeroporto de Fürstenfeldbruck, nos arredores da capital bávara, de onde acreditavam que levantariam voo.
Na realidade, era uma armadilha da polícia. Foram ouvidos tiros, explosões e um helicóptero se incendiou. Apenas na madrugada do dia 6 de setembro o mundo ficou sabendo que os nove reféns israelenses, cinco terroristas e um policial haviam sido mortos.