As autoridades alemãs não sabem o que fazer com a propriedade à beira do Lago Bogensee, em Brandemburgo, que pertenceu ao ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels, segundo noticiou o New York Times, em matéria de Sarah Maslin Nir, publicada no jornal O Estado de S.Paulo.

Localizada num terreno de cerca de 8 hectares, a propriedade traz lembranças de um passado nazista que envergonha o país. Pertencente hoje ao Estado alemão, o complexo se deteriora custosamente, às expensas dos contribuintes, juntamente com um conjunto de dormitórios construídos posteriormente, pelo Partido Comunista, para abrigar alunos de uma escola de proselitismo. Com mais de 80 mil metros quadrados, o campus ecoa as histórias de dois regimes totalitários. Manchado pela história, dispendioso para o Estado e com aquisição cara para a maioria dos investidores imobiliários, o complexo se encontra praticamente abandonado pelas autoridades, que desistiram de vendê-lo e de desenvolver qualquer atividade no local.

Em vez disso, o Estado alemão está oferecendo a mansão nazista gratuitamente, desde que o interessado seja devidamente avaliado e seus planos para o local aprovados pelas autoridades.

O destino da mansão não é apenas um dilema logístico para a Alemanha. Ilustra um enigma maior e de longo prazo, cujas bases mudaram ao longo do tempo, segundo especialistas: se devem ou não preservar os muitos edifícios do passado odioso da Alemanha.