Um tribunal federal da Alemanha confirmou nesta terça-feira (20) a condenação a dois anos de prisão Irmgard Furchner, de 97 anos, ex-secretária de um campo de concentração nazista acusada de cumplicidade no assassinato de 10.505 pessoas, segundo noticiou a Agência France Presse.

O juiz do caso rejeitou o recurso apresentado pela defesa por entender que Irmgard Furchner tinha pleno entendimento do que acontecia no campo de concentração de Stutthof, na Polônia, então ocupada pela Alemanha nazista. Ela trabalhou no local entre 1943 e 1945.

Promotores do caso chamaram os atos da de "assassinato cruel e maligno" de prisioneiros no campo de Stutthof, na Polônia sob ocupação. A acusação originalmente acusou Furchner de ajudar e instigar os assassinatos de 11.412 pessoas.

Furchner vinha sendo julgada desde setembro de 2021. Antes disso, ela tentou escapar do julgamento, fugindo do asilo em que vivia. Mas foi encontrada dias depois pela polícia em Hamburgo e levada ao tribunal.

O julgamento, que ocorreu na cidade de Itzehoe, no norte da Alemanha, pode ser a última condenação pela Justiça alemã de casos relacionados ao Holocausto e à Segunda Guerra Mundial - há dois outros em investigação, mas ainda sem confirmação de que irão a julgamento.

Cerca de 65.000 pessoas morreram de fome e doenças ou na câmara de gás de Stutthof, a maioria judeus e prisioneiros de guerra.