“Que as chamas de Chanucá acendam a esperança e a resiliência entre os judeus latino-americanos” - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.
Foto: ADL

20.12.24 | Mundo

“Que as chamas de Chanucá acendam a esperança e a resiliência entre os judeus latino-americanos”

Em texto divulgado por ocasião da proximidade de Chanucá, Marina Rosenberg, vice-presidente sênior de Assuntos Internacionais da Liga Antidifamação (ADL), com a qual a CONIB tem parceria, aborda os desafios das comunidades judaicas diante do crescimento global do antissemitismo. Leia a seguir a letra do texto:

Dezembro sempre foi um mês cheio de simbolismo e celebrações. Este ano, porém, assume um significado especial. As luzes de Chanucá começam a brilhar no momento em que milhões de casas acendem suas árvores de Natal, marcando um acontecimento que nos convida a parar e refletir: o que nos é uma humanidade e como enfrentamos as sombras que ainda ameaçam a nossa convivência?

Uma dessas sombras é o antissemitismo, profundamente enraizado e em preocupante ressurgimento. De acordo com um relatório da Liga Antidifamação (ADL), os incidentes de antissemitismo aumentaram dramaticamente em nossa região, afetando tanto os espaços físicos como digitais e criando um ambiente que coloca em perigo os valores da coexistência. Este não é um problema do passado nem exclusivo de outras latitudes. Na América Latina, assistimos a atos de vandalismo, discursos de ódio nas redes sociais e teorias de conspiração, especialmente em tempos de crise econômica ou política. O mais alarmante não é apenas a sua existência, mas uma normalização silenciosa que permite a sua propagação.

Neste mês de dezembro, quando o Chanucá e o Natal estão interligados no calendário, podemos encontrar nas suas mensagens um guia para enfrentar esta realidade. Chanucá, nossa “Festa das Luzes”, é muito mais do que uma celebração histórica. É um testemunho da resiliência do nosso povo, da nossa capacidade de preservar a nossa identidade face à opressão e da importância de iluminar com esperança mesmo os episódios mais sombrios. Por outro lado, o Natal, embora não pertença à nossa fé, é um feriado que também celebra a chegada da luz ao mundo, uma lembrança de que a esperança e o amor podem transcender qualquer barreira.

Esta sobreposição de festividades é uma oportunidade única para agir. Num mundo onde o ódio e a divisão parecem amplificados, onde as redes sociais funcionam como megafones para a intolerância, estes dados nos convidam a fazer algo especial: parar, refletir e comprometer-nos a ser agentes de mudança. Porque não basta acender velas ou luzes decorativas; Precisamos acender consciências, corações e vontades.

Ser luz, como nos ensina o Chanulá, envolve educar aqueles que desconhecem a riqueza de nossa tradição e construir pontes com comunidades que, embora diferentes, compartilhem valores universais de dignidade e respeito. Isto é essencial para reparar o mundo, ecoando o princípio fundamental do Judaísmo, Tikun Olam.

Cada ato de espera, conversa aberta ou esforço para denunciar o antissemitismo e qualquer forma de ódio é uma faísca que inspira outras pessoas. Tal como as velas de Chanucá, que não só brilham individualmente, mas em conjunto brilham mais intensamente, pois nossas ações têm o poder de desencadear uma mudança coletiva.

Que neste mês de dezembro, ao lançarmos nossas chanukiot, esperamos celebrar não apenas uma vitória histórica, mas também renovar o nosso compromisso com os valores que essas pequenas chamas representam: justiça, fé, coragem e esperança. Que estas luzes não apenas iluminem as nossas casas, mas também o caminho para um mundo mais justo, inclusivo e pacífico.


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