04.02.25 | Brasil

Revista explica a escolha do Brasil como refúgio de alguns criminosos de guerra nazistas

Matéria na revista Deutsche Welle explica que o Brasil não era o principal destino na América Latina de criminosos de guerra nazistas. No entanto, quatro dos mais procurados nazistas – Josef Mengele, Franz Stangl, Gustav Wagner e Herberts Cukurs - escolheram o País para se esconder.

Na América Latina, grande parte deles fugiu para a Argentina e o Paraguai. Ou porque seus governantes tinham simpatia por regimes autoritários ou porque suas cidades estavam repletas de imigrantes alemães, diz o texto.

“O Brasil era miscigenado demais para os padrões europeus”, diz o historiador Marcos Guterman, autor de Nazistas Entre Nós – A Trajetória dos Oficiais de Hitler Depois da Guerra (Contexto, 2024). “Além de ser um país quente, era tido como atrasado e inóspito”, acrescenta.

Quando soube que Franz Stangl tinha sido preso, em 28 de fevereiro de 1967, pouco depois das 18h30, por agentes do Dops - o órgão de repressão da ditadura militar - em São Paulo, o austríaco Wolfgang Gerhard planejou a fuga do carrasco nazista. A ideia era usar uma kombi para resgatá-lo da prisão.

A jornalista Betina Anton, autora de “Baviera Tropical – A História de Josef Mengele, o médico nazista mais procurado do mundo, que viveu quase 20 anos no Brasil sem nunca ter sido descoberto” (Todavia, 2023), afirma que o plano era tão mirabolante que, provavelmente, não teria dado certo.

Gerhard era um simpatizante do nazismo que vivia no Brasil desde 1948. Foi ele quem, a pedido do coronel Hans-Ulrich Rudel, ajudou Josef Mengele a encontrar refúgio no país, em 1960. Ao ouvir o plano para libertar Stangl, Mengele não quis participar. O nazista, que ficou conhecido como o “Anjo da Morte de Auschwitz”, não queria chamar a atenção da polícia ou colocar seu anonimato em risco.

Já Stangl ao ser capturado não esboçou qualquer reação. Ao contrário, suspirou aliviado. “Seu maior temor era ser pego pelo Mossad”, o serviço secreto israelense, avalia Anton.

As histórias de Stangl e Mengele são contadas no livro Os Nomes do Terceiro Reich – A História dos Principais Personagens do Nazismo e da Alemanha na Segunda Guerra Mundial (Difel, 2024). A obra retrata ainda mais dois nazistas que fugiram para o Brasil: Gustav Wagner, a “Besta de Sobibor”, e Herberts Cukurs, o “Açougueiro de Riga”. “Houve outros, sim. Muitos fugiram para o Brasil, mas nem todos tinham importância no alto escalão do Terceiro Reich”, diz o historiador Rodrigo Trespach, autor do livro. Stangl comandou os campos de extermínio de Sobibor e Treblinka, e Mengele fez experimentos no de Auschwitz, todos na Polônia.


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