25.03.25 | Mundo
Ex-refém relata os 52 dias do inferno que viveu em Gaza
Em entrevista à coluna de Mônica Bergamo publicada no domingo (23), na Folha de S.Paulo, a ex-refém israelense Karina Engel-Bart conta o inferno que viveu nos 52 dias em que passou no cativeiro, em Gaza.
De nacionalidade argentina, Karina vivia em Israel desde os 17 anos. Lá conheceu seu marido, Ronen, com quem teve três filhos. A família vivia no kibutz de Nir Oz, o local mais atingido nos ataques de 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense massacrando mais de mil pessoas e sequestrando mais de 200. Ela, o marido e duas filhas - Yuval, 20 e Myca, 12 - foram levados pelos terroristas para Gaza. O único da família que se salvou foi o filho mais velho, Tom, de 22 anos, que não estava no local no momento do ataque. Seu marido Ronen foi o primeiro a ser levado e acabou sendo assassinado. Seu corpo, porém, não foi devolvido. Ele faz parte do grupo de 59 reféns, vivos e mortos, que ainda permanecem em Gaza.
Karina e suas filhas Myca e Yuval ficaram em locais separados e só se reencontraram 23 dias depois em um hospital de Gaza até serem devolvidas em novembro de 2023, com base em um acordo de cessar-fogo.
Karina veio ao Brasil a convite da Federação Israelita de São Paulo (Fisesp) e da organização StandWithUs Brasil. No domingo (23), participou de evento no clube Hebraica e depois seguirá para agendas no Rio e em Brasília.
Ela afirma que sua missão, no momento, é dar voz à luta dos reféns e trazer de volta o corpo de seu marido para que possa enterrá-lo. Questionada sobre como o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu tem lidado com o conflito e as negociações, ela diz que "não fala sobre política", mas que na guerra "não há vencedores".