“Pessach - a Páscoa Judaica: Vamos retirar o chametz de nossas vidas” - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.

15.04.25 | Judaicas

“Pessach - a Páscoa Judaica: Vamos retirar o chametz de nossas vidas”

Em artigo no JC/UOL Digital, o professor e coordenador de comunicação da Federação Israelita de Pernambuco (FIPE), Jáder Tachlitsky, aborda o processo de reflexão inspirado na celebração de Pessach – a Páscoa Judaica - e cita o chametz - alimento não apropriado para consumo durante as festividades de Pessach - , como elemento condutor de todo esse processo. Segue a íntegra do texto:

Estamos, como todos os anos, há milhares de anos, vivenciando a festividade de Pessach.

Ela relembra e celebra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. seguida da longa jornada na constituição dos fundamentos éticos, religiosos e culturais, sob a liderança de Moisés.

Torá (Pentateuco), porção mais sagrada da Bíblia judaica, relata que, na saída do Egito, não houve tempo de fermentar o pão, e ele foi consumido dessa forma: um pão ázimo.

Ao longo do tempo, cristalizou-se na celebração de Pessach a substituição de alimentos à base de cereais fermentados pela matzá, o pão ázimo, não fermentado.

O Judaísmo não é estático, porque nós não somos estáticos. A proposta judaica para nossas vidas consiste justamente num dinamismo propulsor que nos instiga, a cada momento, a nos aperfeiçoarmos e melhor servimos ao nosso entorno.

Não é por acaso que, a cada semana, paramos e revivemos o momento inicial da criação. No Shabat, o sétimo dia, o dia sagrado, temos a oportunidade de dar um brake em nosso caminho – inspirar-nos, nos inspirarmos, relaxarmos, convivermos e nos renovarmos para o seguimento de nossa jornada.

Quando muda o ano, a transformação é mais profunda. O processo é mais intenso. Durante todo o mês de Elul (último mês do calendário judaico), o som do Shofar (chifre de um animal, em geral carneiro) nos invade, estimulando nossa alma à reflexão. Mal comemoramos o Rosh Hashaná (Ano Novo Judaico) e já mergulhamos nos “Dias Intensos” de reflexão, arrependimento, perdão, novas práxis e renovação.

Mas o Judaísmo, inquieto como é, nos reserva mais momentos de transformação interior e exterior. Ele nos convida, agora em Pessach, antes de iniciar os oito dias de celebração, a queimarmos o chametz. O chametz do egoísmo, o chametz da indiferença, o chametz do orgulho nocivo.

E nos oferece a matzá. A matzá da humildade, a matzá da empatia, a matzá da resiliência.,
É muito importante nos renovarmos, porque o Judaísmo nos ensina que, quando salvamos uma vida, é como se salvássemos toda a humanidade.

Quando conseguimos melhorar como seres humanos, quando nos aperfeiçoamos como seres humanos, estamos contribuindo para o processo de dignificar nossas vidas. Com nossas ações, ajudaremos a salvar muitas vidas, no sentido espiritual, no sentido material, no sentido social.

Quando compreendo que a vida de cada semelhante é sagrada, e que no diálogo entre os seres humanos se constrói a grande utopia humanista do Judaísmo, estou dando aquela pequena contribuição que, multiplicada pelos milhares, pelos milhões há de fazer de nosso mundo, um dia, a concretização da visão dos profetas de Israel.

Vamos retirar o chametz de nossas vidas e inundá-las de amor e de esperança!
Neste ano, a celebração do Pessach teve início ao anoitecer do sábado (12/04) e se encerrará ao anoitecer do domingo (20/04).


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