29.04.25 | Mundo
AJC realiza seu Forum Global 2025 em Nova York
O American Jewish Committee (AJC) inaugurou seu Forum Global 2025 nesta segunda-feira (28) em Nova York com a participação de líderes políticos e da comunidade judaica e especialistas para discutir temas relacionados ao aumento do antissemitismo no mundo, a questão dos reféns mantidos em Gaza, a situação no Oriente Médio e os desafios para os judeus da diáspora, diante da crescente polarização política em muitos países.
O evento reuniu cerca de dois mil representantes de 60 países, entre eles a diretora da CONIB Mirella Radomysler e a deputada federal Tabata Amaral além de outros nomes, como Noa Argamani, a refém que foi resgatada numa operação das Forças de Defesa de Israel (IDFs). Noa está na recente lista da revista Time como uma das cem personalidades mais influentes do mundo. Também participaram do evento os pais de 2 outros reféns que estão em cativeiro há mais de 569 dias. Um deles, Itay Chen, foi assassinado e seu corpo segue retido em Gaza. O outro é o israelense-americano Edan Alexander, que apareceu em vídeo divulgado há cerca de 3 semanas pelo Hamas como "prova de vida".
O CEO do AJC, Ted Deutch, abriu o evento fazendo um forte chamado à ação de aliados e parceiros comunitários judeus de mais de 60 países para que assumam a liderança e fortaleçam a defesa judaica global com o objetivo de criar um futuro mais seguro e forte para Israel e os judeus em todo o mundo.
Um dos temas de destaque foi a onda de incidentes antissemitas e antissionistas em escolas e universidades dos EUA, onde estudantes judeus enfrentam hostilidade e isolamento.
Em sua página no Instagram, Tabata Amaral afirmou: “Pelo meu histórico de defesa da paz, da solução de dois Estados e do combate ao antissemitismo em todas as suas formas, fui convidada pelo @ajc.global — referência global na promoção dos direitos civis e na luta contra a discriminação — para discursar hoje na plenária do Fórum Global da entidade, diante de mais de 2 mil pessoas, em Nova York. Na minha fala, reafirmei a importância de que seja respeitada a autodeterminação dos povos de Israel e da Palestina - o que só pode ser garantido por meio da solução de dois Estados. Denunciei o crescimento alarmante de manifestações de antissemitismo no Brasil e no mundo, e destaquei que combater esses ataques deve estar acima da polarização política. O combate ao antissemitismo não é uma estratégia eleitoral — é uma obrigação moral. Alertei também para a importância de não deixarmos que alguns se aproveitem da legitimidade da pauta para, sob o pretexto de combater antissemitismo, avançar agendas políticas próprias que buscam na verdade a submissão da comunidade científica e a fragilização das instituições democráticas. É hora de cobrarmos de todos, da esquerda à direita, o compromisso com a dignidade humana e com a justiça”.
Também participaram do evento Bill Kristol, conhecido analista político e editor-chefe do “The Bulwark“, Ellie Cohanim, enviada especial adjunta para o monitoraramento e combate ao antissemitismo (2019-21), coautora de An America First Approach to U.S. National Security e especialista em política externa dos EUA, que debateram sobre o tema “America First” relacionado à atual política externa americana.
Na sessão plenária de encerramento, nesta terça (29), os debates foram sobre o futuro do Oriente Médio e as parcerias que moldam a região. Também esteve na pauta os 60 anos da declaração Nostra Aetate, sobre as relações entre católicos e judeus.
Ao final do evento, os participantes prestaram homenagem a Israel, por ocasião de Yom HaZikaron - Dia da Memória dos Soldados Caídos nas guerras de Israel e das vítimas de atos terroristas, lembrado nesta terça (29) – e Yom Haatzmaut - Dia da Independência do Estado de Israel, celebrado nesta quinta (30).