17.06.25 | Mundo
Presidente alemão se diz envergonhado e com raiva diante do aumento do antissemitismo no país
O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse estar envergonhado e preocupado com “os muitos sinais de antissemitismo na Alemanha”. Steinmeier falou em discurso foi feito por ocasião do 70º aniversário do Instituto Leo Baeck – órgão criado por intelectuais em homenagem ao rabino, teólogo e filósofo judeu alemão que teve grande impacto na liderança espiritual e intelectual durante o período do nazismo na Alemanha, segundo noticiou o Die Welt.
Steinmeier destacou a importância do legado de Leo Baeck e o compromisso da Alemanha com seus ensinamentos. Baeck foi o principal pensador religioso judaico liberal de sua época. Sua obra-prima, “A Essência do Judaísmo”, foi publicada em 1905. Sua obra final, “Este Povo Israel: O Significado da Existência Judaica” (1955), foi escrita em parte enquanto Baeck estava em um campo de concentração nazista.
“Os judeus ainda se perguntam se estão realmente seguros na terra dos perpetradores do passado. E isso me envergonha e me deixa com raiva”, disse o presidente alemão, ao acrescentar: “Somente quando os judeus voltarem a se sentir seguros na Alemanha é que o país estará completamente em paz”.
Dados mostram que em 2023 houve quase 5 mil incidentes – com violência e ameaças – contra os judeus na Alemanha; em 2024 o número quase duplicou, aproximando-se dos 9 mil incidentes. “Isso não pode continuar assim”, disse Steinmeier.
Em recente entrevista à Fox News, o chanceler Friedrich Merz associou o aumento do antissemitismo à imigração na Alemanha. “Temos uma espécie de antissemitismo importado com este grande número de imigrantes nos últimos 10 anos”. É um dado “terrível”, afirmou.