“Saída do Brasil da IHRA é um equívoco”, diz Fernando Lottenberg - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.
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29.07.25 | Brasil

“Saída do Brasil da IHRA é um equívoco”, diz Fernando Lottenberg

Para Fernando Lottenberg, comissário da OEA (Organização dos Estados Americanos) para o Monitoramento e Combate ao Antissemitismo, a decisão do governo brasileiro de retirar o País da IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto) é um equívoco, especialmente diante da crise diplomática com Israel. Ele afirma que a definição de antissemitismo adotada pela IHRA é reconhecida por mais de 45 países e 2.000 instituições. Mesmo sem força jurídica, a ferramenta é considerada essencial no combate ao ódio contra judeus. O Brasil integrava a aliança como país observador desde 2021.

“A definição de antissemitismo da IHRA representa um importante instrumento que, apesar de não ter valor jurídico vinculante, é adotado por mais de 45 países e 2 mil instituições em todo o mundo para informar, identificar e combater o antissemitismo”, diz Fernando Lottenberg.

Para ele, o país deveria seguir na IHRA, apesar das divergências políticas com Israel. Ele disse que o trabalho da aliança não está ligado às disputas diplomáticas atuais.

Fernando Lottenberg lembrou que o Brasil tem a segunda maior comunidade judaica da América Latina. Para ele, manter-se na IHRA seria uma forma de reafirmar o compromisso com a memória do Holocausto e com o combate ao antissemitismo.

O Ministério israelense das Relações Exteriores também criticou a decisão do governo brasileiro. “Em uma época em que Israel luta por sua própria existência, voltar-se contra o Estado judeu e abandonar o consenso global contra o antissemitismo é imprudente e vergonhoso”, declarou em nota o ministério israelense.

O Ministério também criticou a decisão do Brasil de aderir a uma ação na CIJ (Corte Internacional de Justiça), órgão judicial da ONU (Organização das Nações Unidas), contra Israel pelas ações na Faixa de Gaza. A ação foi protocolada em janeiro de 2024 pela África do Sul, que acusa Israel de “cometer um genocídio em Gaza com o assassinato em massa de civis”.

Segundo o ministério israelense, “a decisão do Brasil de se juntar à ofensiva jurídica contra Israel na CIJ, ao mesmo tempo em que se retira da IHRA, é uma demonstração de uma profunda falha moral”.


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