01.08.25 | Mundo

O que é a IHRA?

A IHRA – Aliança Internacional para a Memória do Holocausto - foi lançada em 1998 pelo ex-primeiro-ministro sueco Göran Persson. Ela se descreve como uma organização intergovernamental que "une governos e especialistas para fortalecer, avançar e promover o ensino, a memória e a pesquisa sobre o Holocausto em todo o mundo" e, com isso, busca contribuir para o combate ao antissemitismo e ao discurso de ódio.

À época, Persson argumentou que a iniciativa era necessária porque pesquisas mostravam que muitos jovens europeus ignoravam ou mal tinham ideia sobre a escala do Holocausto, o genocídio de 6 milhões de judeus pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

No final de uma reunião de maio de 1998, delegações de vários países europeus e dos EUA concordaram colaborar para "fortalecer a cooperação internacional em atividades educacionais sobre o Holocausto, atividades públicas, testemunhos de sobreviventes e encontrar formas adequadas de alcançar os jovens".

No mesmo ano, Alemanha, Israel e Polônia se juntaram à organização, que hoje conta com 35 países membros e oito observadores. Mais de 45 países e 2 mil instituições em todo o mundo já adotaram a definição de antissemitismo da IHRA.

Segundo a definição da IHRA utilizada no projeto, o antissemitismo é uma determinada percepção dos judeus, que se pode expressar como ódio em relação a esse povo. Já as manifestações retóricas e físicas de antissemitismo são aquelas dirigidas contra indivíduos judeus e não judeus e/ou contra seus bens, contra as instituições comunitárias e as instalações religiosas judaicas.

No Brasil, já aprovaram o Termo de Adesão dos estados do Rio Grande Sul, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Roraima, Rondônia, Amazonas e Santa Catarina, além do Distrito Federal e de algumas capitais.

De acordo com a definição da IHRA, “o antissemitismo é uma determinada percepção dos judeus, que se pode expressar como ódio em relação aos judeus”. “Manifestações retóricas e físicas de antissemitismo são orientadas contra indivíduos judeus e não judeus e/ou contra os seus bens, contra as instituições comunitárias e as instalações religiosas judaicas”. Negar a existência do Holocausto, fazer denúncias mentirosas e estereotipadas sobre os judeus, considerar os judeus coletivamente responsáveis pelas ações do Estado de Israel são alguns dos exemplos práticos do documento.

Os países-membros da IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto) adotaram a “Definição de Trabalho de Negação e Distorção do Holocausto” durante a Reunião Plenária da IHRA em Toronto, a 10 de Outubro de 2013.

A “Definição de Trabalho de Negação e Distorção do Holocausto” foi desenvolvida pelos peritos da IHRA no Comité sobre Antissemitismo e Negação do Holocausto em cooperação com os representantes governamentais na IHRA para uso como ferramenta de trabalho.

Definição de trabalho de Negação e Distorção do Holocausto

A presente definição é uma expressão da consciência de que a negação e distorção do Holocausto têm que ser contestadas e denunciadas aos níveis nacional e internacional e requerem uma análise  ao nível global. A IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto) adota, pela presente e como seu instrumento de trabalho, a seguinte definição prática e juridicamente não vinculativa.

Por negação do Holocausto entende-se todo o discurso e propaganda que negam a realidade histórica e a dimensão do extermínio dos Judeus pelos Nazis e seus cúmplices no decurso da IIª Guerra Mundial, conhecidas por Holocausto, ou por Shoah. A negação do Holocausto refere-se especificamente a qualquer tentativa de afirmação de que o Holocausto/Shoah não ocorreu.

A negação do Holocausto pode incluir a negação ou o questionamento públicos da utilização dos principais mecanismos de destruição (tal como câmaras de gás, fuzilamentos em massa, fome e tortura) ou a intencionalidade do genocídio do povo Judeu.

Nas suas variadas formas, a negação do Holocausto é uma expressão de antissemitismo. A tentativa de negar o genocídio dos Judeus constitui um esforço de exonerar o Nacional Socialismo e o antissemitismo da culpa, ou da responsabilidade no genocídio do povo Judeu. Formas de negação do Holocausto igualmente incluem a culpabilização dos Judeus por exagerarem, ou criarem a Shoah para a obtenção de ganhos políticos ou financeiros, como se, em si própria, a Shoah fosse o resultado duma conspiração tramada pelos Judeus. O objetivo é apresentar o Judeu como culpado e de novo legitimar o antissemitismo.

Os objetivos da negação do Holocausto frequentemente são a reabilitação de um antissemitismo explícito e a promoção de ideologias políticas e de condições propícias ao advento de acontecimento do tipo que está a negar.


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