04.08.25 | Mundo

“Que o diálogo prevaleça”

Em artigo no Zero Hora na sexta (1º), o empresário e líder comunitário Henry S. Chmelnitsky afirma que “há enorme confusão entre criticar um governo e fazer coro ao antissemitismo histórico do Ocidente”. Leia a seguir a íntegra do texto:

Sou judeu, sionista, ativista e líder comunitário. Assim como eu, existem milhares que se questionam sobre o momento atual que a sociedade israelense e a diáspora vivem.

Nunca tínhamos sido desafiados a discutir o impasse que representa para os judeus ao redor do mundo ter em Israel um governo eleito democraticamente que, para governar, faz alianças com grupos que contradizem os valores judaicos. Para um judeu não existe bem maior do que a vida e, por isso, o extermínio de mais de 1,2 mil israelenses de forma planejada e cruel pelo Hamas exigiu que Israel, como Estado, reagisse. Ninguém pode discutir a resposta do exército de Israel ao 7/10. Reação inevitável, esperada e que seria forte.
Cinquenta reféns, vivos e mortos, ainda estão sequestrados nos túneis do terrorismo. Precisam voltar imediatamente, e o cessar-fogo, ser assinado urgentemente. Chega de mortes e fome!

Pesquisas indicam que 70% da população israelense discorda do que acontece em Gaza, quer a volta dos reféns por um acordo justo, que garanta a segurança de suas fronteiras, e exige o fim da guerra. Em outras crises, a diáspora apoiava indistintamente os governos israelenses por medo de que críticas enfraquecessem o Estado de Israel, aumentando o antissemitismo. Hoje ocorre o contrário. Apoiar sem distinção o governo atual contribui para o aumento do antissemitismo. Isso porque há enorme confusão entre criticar um governo e fazer coro ao antissemitismo histórico do Ocidente.

O valor da vida e o da liberdade são preceitos que orientam o judaísmo. É por esses valores que, todos os sábados, cidadãos israelenses saem às ruas protestando contra o fanatismo, contra a colonização da Faixa de Gaza e pelo retorno dos reféns. Milhares de israelenses e palestinos morreram desnecessariamente!

Esta discussão chegou a todo o mundo judaico. E eis que eu, um líder comunitário, um admirador orgulhoso do que foi, até hoje, o Estado de Israel, não me sinto confortável em não separar minha identificação com Israel de um governo que não respeita os valores básicos do judaísmo.

Não vejo contradição em ser o que sou. Minha liderança comunitária sempre foi sustentada nos valores do direito à vida e à existência segura de Israel e pela criação de um Estado Palestino que observe as mesmas premissas. Tenho esperança de que o diálogo saudável e civilizado volte a frequentar nossas conversas.


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