05.08.25 | Mundo
Kibutz Nir Oz guarda a memória do pior ataque terrorista a Israel
Com apenas 7 moradores, o kibutz Nir Oz, no sul de Israel, quase se tornou uma vila fantasma depois do ataque terrorista de 7 de outubro de 2023. Matéria de Guilherme Botacini, publicada na Folha de S.Paulo no último dia 3, lembra que Nir Oz tinha 417 moradores antes do ataque. Lá 27 pessoas foram mortas e 78 sequestradas, o maior número de reféns entre as localidades atacadas e um terço do total — 50 deste total ainda está em Gaza, e presume-se que 30 deles estejam mortos.
O maior ataque a judeus desde o Holocausto e o pior da história do Estado de Israel deixou mais de 1.200 mortos e 251 sequestrados pelo Hamas e outros grupos terroristas que entraram em massa no território israelense.
Nir Oz ainda guarda a memória do ataque, com a maioria das casas, térreas e com dois ou três quartos pequenos, exibindo marcas do massacre, com ambientes queimados com marcas de tiros nas paredes e objetos pessoais jogados no chão ou congelados no tempo daquela manhã de 7 de outubro, como garrafas de vinho em cima do balcão de uma cozinha, ou desenhos das crianças exibidos nas paredes.
Apenas 1,5 km separa o kibutz do território palestino e foi através de uma estrada de terra em meio a plantações que os terroristas chegaram ao local.
A cerca de 10 km dali fica o kibutz de Re’im, local onde mais pessoas morreram no ataque do Hamas. Na colina em frente à comunidade, 344 civis foram assassinados durante a festa Nova.
Hoje o local também é um memorial e exibe fotos das vítimas em cartazes espalhados onde funcionava a pista de dança principal da rave, alvo principal dos terroristas em 7 de outubro.
"Quase dois anos depois e eu ainda não acredito que aquilo não foi um filme, é difícil de compreender, e ainda tento processar", diz, em entrevista, a sobrevivente Mazal Tazazo, que se dedica a contar sobre sua experiência naquele dia. Mazal Tazazo estava com dois amigos na festa. Os três fugiram do local em direção a uma área aberta ao redor, onde tentaram se esconder, mas foram encontrados por terroristas. Tazazo conta que foi golpeada com uma coronhada na nuca e caiu desacordada. Quando recobrou a consciência, viu os dois amigos mortos. Ela mostra a cicatriz de cerca de 5 centímetros atrás do cabelo e diz acreditar que não levou tiros ou foi sequestrada porque se fingiu de morta.