A CONIB, as federações israelitas de estados brasileiros e outras instituições judaicas divulgaram um Manifesto pela volta do Brasil à Aliança Internacional em Memória do Holocausto (IHRA). O manifesto foi publicado nos principais jornais do País - Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, O Globo e Zero Hora - nesta segunda-feira (11) e nas redes sociais da CONIB e de outras instituições. Assista, junte-se a nós no Manifesto e leia a seguir a íntegra do texto:

O Brasil é um país diverso. De vozes, cores, crenças e histórias. 

Nenhuma delas pode ser esquecida ou negligenciada.

O Brasil sempre teve um papel importante na defesa dos direitos humanos e na luta contra qualquer forma de preconceito.

Fomos surpreendidos com a decisão do governo brasileiro de retirar nosso país da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA).

Uma decisão que nega o compromisso com a memória do genocídio de mais de 6 milhões de judeus e outras minorias. Uma decisão que coloca o Brasil do lado errado da História.

A IHRA é uma aliança internacional formada por mais de 40 nações comprometidas com a verdade histórica e o combate ao antissemitismo.

Sua definição de antissemitismo protege judeus de acusações coletivas, estereótipos, negacionismo e comparações infames com o nazismo. Silenciar essa definição é abrir espaço para o ódio crescer impune no nosso país.

Ao deixar a aliança, o governo brasileiro envia uma mensagem perigosa:

De que a dor judaica pode ser ignorada. De que o antissemitismo, o racismo contra judeus, pode ser camuflado como opinião. De que lembrar o Holocausto é opcional.

Não é.

Somos brasileiros judeus. Educamos nossos filhos aqui. Contribuímos com o nosso país todos os dias. Exigimos respeito à memória do Holocausto, que é fundamental para toda a humanidade.

O antissemitismo não é um tema estrangeiro. É uma ameaça real e crescente. Aqui. Agora. No nosso país.

Presidente Lula, pedimos que o senhor reveja essa decisão.