12.08.25 | Brasil
“Sobrevivi pela força do pensamento, nunca perdi a fé”, diz ex-refém em visita ao Brasil
Em entrevistas ao Globonews, na segunda-feira (11), e ao Jornal da Record, na terça (12), o ex-refém israelense Omer Shem Tov contou detalhes do período em que esteve em cativeiro em Gaza: “Fiquei preso em uma cela muito pequena, onde mal conseguia ficar em pé e abrir os braços. Passei quase todo o tempo na escuridão total. Na primeira semana, recebia um pedaço de pão por dia; depois, meio pedaço; depois, um quarto; e, na última semana, apenas um pequeno biscoito e alguns goles de água salgada. Não tomei banho, não pude me limpar, e desenvolvi uma doença de pele. Eu conseguia raspar a sujeira da minha pele. Quando lembro, sinto náuseas. Foi horrível", disse ele sobre os 504 dias que passou no cativeiro em Gaza.
Ele contou que perdeu cerca de 17 quilos ao longo dos meses em que esteve preso e que, no último mês antes da libertação, recebeu mais comida, chegando a ser forçado a comer. Segundo ele, isso foi uma estratégia dos terroristas para que saísse do cativeiro com aparência mais saudável e transmitisse a impressão de que havia sido bem tratado.
“Sobrevivi pela força do pensamento; eu nunca perdi a fé”, disse ele, que também deu palestras em escolas de São Paulo. Ele foi libertado na troca de reféns que ocorreu em março.
“Existe o trauma, que me afeta às vezes durante o dia, e existe muita coisa que eu me lembro durante o dia”, disse ele ao Jornal da Record. O pai, que acompanha Omer em visita ao Brasil, conta que percebeu que o filho havia sido sequestrado por terroristas do Hamas no ataque de 7 de outubro de 2023 por causa do GPS no celular e que depois que viu o vídeo divulgado pelo grupo reconheceu o filho entre os sequestrados. “Foi aí que o pesadelo começou”, disse o pai.